Ao passarem instruções aos 120 alunos de algumas escolas públicas do bairro Benfica, município de Talatona, na manhã de sexta-feira, 29 de Novembro, na Academia do Empreendedor, em Luanda, os vingadores do ambiente destacaram aspectos referentes ao mau uso de sacos plásticos, bem como sobre a diferença entre reutilização e reciclagem.
Para Carlos, um dos integrantes do grupo, a ideia é transmitir mensagens educativas, por meio de brincadeiras, tratando de coisas sérias, o que, para si, condiz com o lema do programa, que é “Pequenas acções, grandes transformações’’, porque, adiantou, no ambiente, não há limites. “Se o vizinho estiver a fazer fumaça no seu quintal, todos nós vamos ficar afectados.
Quando nós pegamos nesses sacos do quite da ENDIAMA e voltamos a utilizá-lo para levar outro produto, estamos a reutilizá-lo. E a reciclagem só acontece quando o rasgamos nos extremos, aumentamos-lhe tecido e cosemo-lo para alcançar maior dimensão”, esclareceu Carlos, tendo recomendado aos estudantes a praticarem as duas formas, de modo a evitarem deitar o referido material.
O grupo, que já esteve com alunos de escolas das Lundas Sul e Norte, proporcionou aos rapazes a assistência de um filme sobre a maneira como, actualmente, se está a tratar o meio ambiente, a fim de, por via de um debate aberto, ou chuva de ideias, os meninos apresentarem os pontos positivos e negativos.
A acção instrutiva, que, nas próximas ocasiões, vai contemplar adolescentes de algumas escolas das províncias do Huambo e Malanje, normalmente, inclui um programa de orientação de fabrico de sabão ecológico.
Entretanto, nessa empreitada, os alunos não podem ter participação directa, devido a questões de segurança, já que, na produção, se usam produtos químicos que requerem cuidados redobrados, não muito confiáveis para crianças contempladas pelo programa. Na sessão recente da Socioambiente, o sabão foi produzido no sábado, 30, tendo como matériaprima principal o óleo usado.
Coordenação do projecto certa do sucesso
Pedro Galiano, director-geral da ENDIAMA-Mãe e coordenador do projecto, disse que o lançamento do programa, em Luanda, consiste em dois projectos, designadamente ‘planetas em nossas mãos’ e a ‘oficina eco-sabão’.
“Temos como base de acções a consciencialização das nossas comunidades sobre a necessidade de prevenção do meio ambiente, a racionalização dos recursos naturais, bem como estimular a educação, o desenvolvimento da saúde, a segurança no trabalho e o empreendedorismo nas comunidades”, disse o coordenador, tendo informado que, para tal, a socioambiente conta com muitos parceiros do ramo mineiro, a banca e algumas empresas que apostam, seriamente, em acções sociais.
Explicou a razão de o programa ter começado nas Lundas Sul e Norte com o facto de serem as regiões onde estão localizadas as minas. Pedro Galiano está animado com o resultado que o programa “Planeta em nossas mãos’’ está a ter nos adolescentes, visto que, de acordo com ele, depois das sessões as crianças falam das medidas de preservação do nosso ecossistema, além de se mostrarem dispostos a realizar acções que fortalecem o bem-estar das suas comunidades.
Alguns alunos abordados, a jeito, por OPAÍS manifestaramse descontentes pelo facto de, nas escolas, não veicularem, regularmente, informações e instruções sobre critérios de preservação do meio ambiente.
Por isso, eles esperam que, nos próximos anos lectivos, haja uma disciplina específica sobre preservação do meio ambiente, a partir do ensino primário. “Se tivermos de esperar até que haja uma actividade do género, vamos aprender e desaprender, ao mesmo tempo, porque, tal como as outras, essa formação tem de ser de todos os dias, nas escolas”, disse uma estudante, tendo garantido que está a aprender muita coisa sobre o ambiente.