Depois de manter encontro com o Presidente João Lourenço, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está a caminho do Museu da Escravatura, localizado no município de Belas, em Luanda, numa visita que demonstra o compromisso de Biden em abordar questões históricas relacionadas à escravidão e as suas consequências, além de reforçar os laços culturais e históricos entre Angola e os Estados Unidos
João Feliciano
A chegada do estadista americano ao Museu da Escravatura esta agendada para as 17 e 30 minutos, e no final da visita Joe Biden vai proferir a um discurso onde vai destacar a força duradoura e a relevância das relações dos EUA em toda África.
No local, o cenário está praticamente montado, a segurança foi reforçada. Regista-se uma grande presença dos órgão de comunicação, quer angolanos como americanos prontos para fazer a cobertura evento.
O Museu da Escravatura é um símbolo importante da memória colectiva angolana, situado próximo ao local onde os escravos eram embarcados para as américas. A visita de Biden reflecte um esforço conjunto que visa honrar o legado histórico e promover discussões sobre reparação e justiça social.
Angola desempenhou um papel crucial no comércio transatlântico de escravos. Durante os séculos XVI ao XIX, milhares de angolanos foram capturados, escravizados e enviados para as américas, sobretudo para o Brasil, Cuba e Estados Unidos.
Muitos desses indivíduos eram vendidos em mercados costeiros e embarcados em navios negreiros, onde enfrentavam condições desumanas durante a travessia do Atlântico, conhecida como “Passagem do Meio”.
Angola foi uma dos maiores fornecedores de escravos para o Brasil, onde a sua mão de obra foi utilizada principalmente nas plantações de açúcar e minas de ouro.
A cultura angolana teve um impacto significativo nas sociedades americanas, visível até hoje em manifestações culturais, música, religiões afro-descendentes e hábitos alimentares.
A visita de Biden ao Museu da Escravatura simboliza a importância de se econhecer e reflectir sobre este período sombrio da história universal, enquanto se procura a justiça histórica e o fortalecimento das relações bilaterais.