No encontro, Nhakatolo Tchilombo Ngambo manifestou o seu contentamento pelo apelo que foi imediatamente atendido pelo Executivo, no que diz respeito à designação da nova província, resultante da divisão do extensivo território do Moxico, assim como a outras preocupações inerentes à população daquela região leste do país.
Durante a conversa, a soberana aproveitou também para apelar à Vice-Presidente para que o Executivo possa nomear futuros governadores de ambas as províncias que tenham a capacidade e empatia de atender às aflições da população e que olhem para o desenvolvimento da região como prioridade e que não coloquem os seus interesses pessoais à frente das necessidades do povo.
Ao falar à imprensa, após sair do encontro, Ana Bela Ngambo mostrou-se satisfeita e contente pela forma como foi recebida, bem como foram atendidos os seus anseios que, disse, não serão apenas seus, mas de toda a população do reino que lidera.
“Vim agradecer em nome do meu povo ao Governo que atendeu o nosso pedido de trocar o nome da província para Moxico Leste.
O povo está feliz com esta decisão”, disse a rainha, que recorreu a um tradutor. A mesma se mostrou disponível a trabalhar com o executivo e os futuros governadores no sentido de atender aquelas que são as principais preocupações da população daquela região.
“Viemos também pedir que nos deem bons governadores, pessoas que estão dispostas a trabalhar com o povo e para o povo, não para os interesses pessoais”, reforçou a autoridade tradicional que lidera a região leste de Angola.
Ministro destaca papel das autoridades tradicionais
Presente na sessão de audiência cedida à rainha Nhakatolo Ngambo, o ministro da Cultura, Filipe Zau, destacou o importante papel das autoridades tradicionais, quer na resolução dos conflitos da população, quer nas dinâmicas e acções de desenvolvimento da província ou da região.
Filipe Zau disse que é importante que os governantes levem em conta os apelos e os contributos das autoridades tradicionais locais para melhor se traçar os passos ideias que vão levar ao desenvolvimento da província e atender as aflições da população.
“Porque são eles que conhecem melhor a província e vão nos dando indicações das principais prioridades onde devemos efectivamente atacar”, destacou o ministro.
Sublinhou ainda que as autoridades tradicionais são e devem ser parceiras do Estado, importantes na resolução e/ou mitigação das principais aflições das populações precisamente porque “eles chegam onde o Estado não consegue chegar, sobretudo em questões que têm a ver com conflitos de linhagem tradicional”.
Divisão do Moxico em duas partes
A Proposta de Lei da Nova Divisão Político-Administrativa de Angola foi aprovada recentemente pela Assembleia Nacional.
O documento permite o surgimento de três novas províncias que resultam das divisões das províncias de Luanda (dá origem a Luanda e Icolo e Bengo), Cuando-Cubango (surge Cando e Cubango) e Moxico, que origina as províncias do Moxico Leste e Moxico Oeste.
No caso do Moxico, que até então é a maior província de Angola em termos de extensão territorial, a sua divisão resulta em duas, Moxico do Oeste (com 12 municípios) e do Cassai Zambeze, agora Moxico Leste (com nove municípios).