O filme, com a duração de uma hora, aborda os desafios de uma mulher (Rosa) que é mãe e chefe de família e que se vê “obrigada” a abdicar dos seus sonhos para se dedicar a cuidar.
No entanto, com o passar do tempo, sente que não faz parte do seu eu levar uma vida simplesmente como “fada do lar” e decide começar a remarcar os passos rumo às suas realizações, lutando contra as barreiras e empecilhos do dia-a-dia.
A trama fica em cartaz nas duas primeiras semanas de Dezembro, a partir do dia 6, em todos os Cinemax espalhados pelo país, como propósito de levar a obra aos vários e principais palcos do cinema angolano, como avançou a este jornal a realizadora Renata Torres.
“Parto Rosa’ é uma adaptação de um monólogo teatral com o mesmo nome e marca a minha estreia como realizadora no mundo do cinema. O filme tem a duração de uma hora e será exibido em todos os Cinemax do país”, avançou a jovem actriz e realizadora.
Além de dirigir o filme, Renata é a protagonista da trama, assumindo o personagem Rosa, que é uma mulher casada com Luís e que, com o tempo, cansada da rotina “doméstica” de dona de casa, vai se focando nas suas próprias realizações, o que vai trazendo alguns conflitos e desentendimento com o parceiro, abalando o lar. O elenco do filme conta ainda com nomes como Bruno Bastos, Bruna Sousa, Lourdes Cardoso, Keneddy Luís, Tiago Costa e Mac Gonell.
Defender a liberdade de escolha e autorrealização Segundo Renata Torres, o filme traz consigo uma mensagem profunda e reflexiva que visa combater os estigmas e limitações a que as mulheres são sujeitas quando se tornam mães e donas de casa, “forçadas” pela sociedade a abdicarem dos seus sonhos e se focarem nos cuidados da casa.
Com a exibição do mesmo, de acordo com a realizadora, as pessoas são convidadas a reflectir sobre este facto que, na sua visão, reduz a mulher à mera dona de casa e auxiliar do marido, sem se importar com seus desejos, suas ambições, suas escolhas e realizações.
“A partir do momento que as pessoas assistirem ao filme, a mensagem fica clara, é sobre autoconhecimento, autocuidado e liberdade de escolha”, ressaltou.
Filme estreou no “Cine Geração”
Tal como referido, “Parto Rosa” saiu dos palcos teatrais para o cinema. Depois de cinco anos de apresentação, o monólogo teatral foi adaptado para o cinema, cuja primeira exibição aconteceu em Março de 2022, no Cine Geração, onde a mesma foi convidada para ser a curadora do referido evento.
Na altura, numa edição dedicada especialmente ao mês da mulher, em Luanda, Renata teve a missão de seleccionar filmes protagonizados, realizados, dirigidos a mulheres, e “Parto Rosa” foi a matéria ideal para abordar as várias problemáticas e situações enfrentadas pelas mulheres nos seus lares.
Além da liberdade de escolha e autorrealização, uma outra problemática que o filme convida à reflexão está relacionada com disfuncionalidade parental, uma realidade que vem afectando várias famílias em Angola, especialmente e noutras geografias do continente berço.