A secretária de Estado da Família, Alcina Kindanda, disse que os programas de igualdade de género e de desenvolvimento local e combate à pobreza, inseridos no PND 2023-2023, têm ajudado a implementar projectos de inclusão e literacia financeira, produtiva e geração de renda para as famílias, com o foco nas mulheres.
De 2022 a Setembro de 2024, foram integradas em actividades geradoras de rendimento 38 mil e 217 pessoas, entre as quais 11 mil e 456 mulheres e 26 mil e 542 homens. Com o protocolo sobre inclusão e literacia financeira das famílias, assinado em 2020 pelo MASFAMU e o BNA, capacitaram, em dois anos, 30 mil e 273 pessoas.
De acordo com Alcina Kindanda, das 30 mil e 273 pessoas capacitadas, de 2022 a Setembro de 2024, 21 mil e 191 são mulheres e nove mil e 82 homens. Foram formados em literacia financeira e multiplicadores de finanças pessoais e familiares.
No mesmo período, foram abertos nove mil e 38 contas bancárias, distribuídos cinco mil e 346 cartões de débito (multicaixa) e 21 terminais de pagamento automático (TPA).
De 2020 a 2021, teve início o projecto-piloto de criação e legalização de cooperativas denominadas “cooperar é vencer”, com a finalidade de capacitar e formalizar cooperativas, tendo como principais beneficiárias mulheres. O mesmo projecto foi reactivado este ano, na jornada nacional da mulher no meio rural.
Alcina Kindanda afirmou que os esforços do Executivo angolano vão continuar voltados para o empoderamento socioeconómico das famílias, com foco na mulher, que tem a dupla tarefa de chefiar e sustentar as famílias.
Por seu turno, a administradora executiva do Banco Nacional de Angola (BNA), Marília Poças, referiu que o VII fórum nacional sobre micro-finanças, que decorreu sob lema “promover a inclusão financeira da mulher para a estabilidade das famílias”, é um espaço de análise ideal, franco e aberto sobre as grandes questões ligadas ao subsector das microfinanças de modo geral, e, em particular, do microcrédito em Angola.
O encontro proporciona oportunidade para que, em conjunto, se possam traçar linhas de atracção que visam solucionar os desafios inerentes a este produto, tendo em atenção o empoderamento económico da mulher, das famílias e a promoção da equidade, igualdade do género.
“É uma janela de oportunidades para avaliar como a transformação digital, sobretudo o de sistema de pagamentos, pode contribuir para a inclusão financeira e social da população”, sustenta.
Marília Poças disse que, apesar de o país ser detentor de um número considerável de empreendedores individuais, com maior destaque para as mulheres, que estão no sector informal e actuam no comércio e na agricultura, a sua capacitação e formação são cruciais para a capacitação de depósitos, formação de poupanças, financiamento na economia, impactando positivamente no futuro para o crescimento económico nacional.
O sector das micro-finanças constitui uma alavanca importante no combate à pobreza, tendo em conta que promove diversos serviços financeiros, contribuindo igualmente no apoio às populações carenciadas, segundo aquela dirigente.
As mulheres são consideradas o grupo alvo preferencial das micro-finanças, em função da sua crescente capacitação e adaptação económica, no domínio do empreendedorismo e da gestão do próprio negócio.
“Permitem ainda uma interacção social com a comunidade em que se encontram inseridas, tornando-as capaz de apoiar financeiramente o seu agregado familiar, investir nos recursos financeiros, na educação dos filhos, na saúde e melhoria da dieta alimentar das suas famílias”, finalizou