Segundo José Sá, o objectivo principal da iniciativa é fazer um levantamento do número exacto de combatentes vivos e seus dependentes, para permitir ao Fórum traçar estratégias sustentáveis e encontrar apoios junto ao Executivo.
“Estamos representados em todas as províncias, e há necessidade de sabermos realmente quantos somos. Isso nos permitirá não só traçar projectos de alta sustentabilidade, mas também implementar o Plano de Desenvolvimento AgroIndustrial (Plano ADAI), voltado ao desenvolvimento agro-pecuário e industrial, garantindo assim a produção da cesta básica para os nossos combatentes”, destacou.
O censo, que teve início no dia 5 de Agosto deste ano, está previsto para ser concluído até ao próximo mês de Dezembro.
Até ao momento, segundo o responsável, já foram cadastrados cerca de 5.500 militares, com acções já realizadas nas províncias de Luanda, Huambo, Bié e Cuando Cubango.
De acordo com José Sá, Luanda lidera em números absolutos de combatentes registados. No entanto, pese embora os avanços, José Sá ressaltou que a situação social e económica destes militares é precária.
“A maior parte não tem acesso ao Instituto de Segurança Social das Forças Armadas, nem a subsídios. Eles dependem de iniciativas isoladas, como os kits de trabalho do ICM, mas isso é insuficiente”, explicou.
Revisão da lei
Um dos entraves para a integração dos ex-combatentes da batalha do Cuito Cuanavale nos programas oficiais é a revisão da Lei 13, que continua sem ser debatida no Parlamento.
Esta lei, diz o vice-presidente do Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale, garantiria os direitos básicos para os veteranos da pátria, categoria a qual muitos combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale pertencem.
Ainda assim, José Sá lembra que o Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale temse consolidado como um parceiro válido do Estado, reconhecido oficialmente e com acções conjuntas para promover mudanças estruturais.
O FOCOBACC é também membro da Federação Angolana dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria (FACVEP).
De acordo com José Sá, com o censo em curso e projectos como o Plano de Desenvolvimento AgroIndustrial (Plano ADAI), o Fórum espera reverter a realidade social dos combatentes, garantindo uma maior dignidade e sustentabilidade para aqueles que contribuíram para a história do país.