A competição, que decorreu de 3 a 6 de Novembro, reuniu jovens inovadores de toda a África, e o projecto vencedor da equipa angolana foi o “sistema de tratamento e abastecimento de água usando energias renováveis”, desenvolvido por Rildo Francisco, Ester Gonçalves, Herculano António e Ernestina Panda, alunos dos cursos de Informática e Electrónica e Telecomunicações.
O projecto, que visa utilizar energias renováveis para extrair e potabilizar água dos lençóis freáticos do Rangel, em Luanda, destacou-se pela inovação e pelo impacto social.
A água extraída é destilada por meio do efeito estufa para remover o sal, e depois potabilizada com cápsulas contendo minerais essenciais para consumo humano.
A proposta foi projectada para ser auto-sustentável, com uma baixa pegada de carbono e viabilidade, tanto em nível familiar quanto industrial, segundo Watson Bruno Cassinda, professor de tecnologia de telecomunicações do ITEL e mentor do projecto.
A jornada dos estudantes angolanos começou em Maio de 2024, com a participação no concurso promovido pela Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP), em parceria com a JA África e patrocinado pela ExxonMobil Fountain.
Inicialmente, avança o professor, a equipa do ITEL ficou em 3.º lugar na fase classificatória, mas avançou para a fase seguinte, onde conquistou a vitória a nível de Luanda.
A fase final ocorreu na África do Sul, onde enfrentaram equipas de Moçambique, Nigéria e Namíbia. “Creio que o nosso diferencial foi ter elaborado um projecto de elevada autonomia e que usa ao máximo energias limpas”, disse o mentor do projecto, Watson Bruno Cassinda.
Avança que, embora seja um projecto até agora feito em maquete, estão certos que, com patrocínio, será um grande contributo, uma vez que o mundo tem enveredado para economia verde.
Com isso, qualquer ideia ou solução que preserve o meio ambiente deve despertar atenção de investidores, disse.
“O projecto em destaque mostra claramente que, com recursos próprios e mão-de-obra local, podemos solucionar diversos problemas das nossas comunidades”, sublinha.
“Essa vitória nos motiva a obter mais conhecimento nas áreas de especialização”
Para os estudantes, com idades entre 16 e 17 anos, a vitória representa não apenas o reconhecimento do esforço, mas também um impulso para o futuro.
Eles enfatizaram o aprendizado adquirido durante o processo, desde o trabalho em grupo até a experiência de representar Angola em um evento internacional de grande prestígio. “Essa experiência nos motiva a buscar mais conhecimento nas nossas áreas de especialização.
Queremos nos tornar engenheiros competentes e, assim, contribuir para resolver problemas reais”, disseram os alunos, ressaltando a importância de se acreditar nos próprios sonhos e perseverar para alcançar o sucesso.
Por outro lado, os estudantes disseram que os júris avaliaram a forma como eles apresentaram o projecto, o trabalho de equipa, a explicação da maquete e as respostas às perguntas.
“Fomos escolhidos como vencedores devido à nossa coerência na apresentação e coesão como grupo”, frisaram.
Com o prémio em mãos, a equipa do ITEL agora se prepara para continuar a sua jornada académica e profissional, com a esperança de que o reconhecimento conquistado possa abrir portas para oportunidades de bolsas de estudo e parcerias com investidores interessados em apoiar soluções inovadoras para a África.
Para terminar, os estudantes passaram para os jovens angolanos lições e experiências que podem incentivá-los a investir em áreas tecnológicas.
“As áreas de tecnologia têm grande abrangência no mercado de trabalho, e um engenheiro que se especializa em qualquer área de tecnologia é uma maisvalia para qualquer empresa.
A área de tecnologia abre portas e janelas, portanto, estudem bastante e lembrem-se que estudar exige empenho e sacrifício”, concluíram.
Por: Stélvia Faria