O conselheiro económico-social do Presidente da República enaltece o empresário Adérito Areias pela resiliência na construção da fábrica de soda cáustica e diz que ele não chegou a aderir à linha de Deustche Bank, negociado pelo Presidente João Lourenço, no primeiro mandato, devido àquilo a que chamou de «monstro de burocracia». “E dou-te coragem, porque tu sempre acreditaste”.
O óleo de palma está entre os maiores produtos de importação de Angola, servindo de matériaprima para a produção de sabão, e esse constitui um dos maiores produtos de exportação.
O empresário Carlos Cunha sustenta que Angola consome cerca de 13 milhões de litros de sabão líquido e produz 25 milhões, logo, nessa matéria, é auto-suficiente. “É um dos poucos produtos que Angola é excedentário. Mas, importa de um lado para exportar do outro”, considera.
Entretanto, lamenta o conselheiro de João Lourenço, a conta comercial do país fica negativa, na medida em que são mais receitas que o país consome a importar do que a exportar.
Ele acredita, assim sendo, que a fábrica, que se ergue no município da BaíaFarta, em 18 meses, numa extensão de 10 mil metros quadrados, e com arranque de uma outra unidade de produção de óleo de palma, no Cuanza-Norte, Angola vai se tornar autónoma num dos produtos de maior importância económica.
“O Roberto Leal está, neste momento, a fazer uma fazenda à escala mundial, onde se irá produzir cerca de 5 mil hectares de óleo de palma e o Areias, a jusante, a fazer a soda cáustica”, projecta.
Quando se tem soda cáustica, “está-se a pensar em saúde, porque a soda cáustica determina a higiene, desinfecção, a pureza da água que vamos beber em Angola”, considera Carlos Cunha, ao frisar que grande parte das doenças em Angola derivam, fundamentalmente, do facto de não haver em abundância os desinfectantes “que vão condicionar a nossa saúde”.
De acordo com o conselheiro presidencial para área económica, a fábrica vai condicionar, a jusante, um conjunto de indústrias, e o problema de higiene das comunidades, por conseguinte, mais assegurado.
O coordenador do Grupo Técnico Empresarial acredita que, num futuro próximo, Angola pode vir a ter o sabão, um produto considerado estratégico, colocado à disposição de consumidores a um preço mais competitivo.
“E podemos activar vivamente o negócio regional. Daqui teremos o sabão azul, teremos o sabão branco”, frisou. O governador provincial de Benguela, Manuel Nunes Júnior, enalteceu, momentos antes de ter procedido ao lançamento da primeira pedra para a construção da fábrica, a iniciativa dos promotores do evento, porque vai criar vários postos de trabalho. O governante promete prestar todo o apoio institucional de que o projecto precisa para ser um sucesso.