Exibido com o objectivo de preservar e divulgar o legado deixado pela artista internacional congolesa, o documentário conta a história de vida e percurso artístico da cantora que atingiu o auge da música nos meandros de 1973, também considerada, até aos dias de hoje, como sendo a rainha do estilo musical congolês Soukous.
De acordo com o porta-voz do Palácio de Ferro, Hamilton Víctor, a escolha do filme teve em conta a trajectória da cantora e a força motivadora da artista que pode servir de incentivo e inspiração para muitas mulheres na luta pela realização dos seus sonhos e objectivos.
O mesmo destacou que a figura e a história de vida de Masikini é inspiradora e de certeza que vai ajudar a transformar a visão de outras mulheres e não só, especialmente de jovens que se têm deparado com inúmeras dificuldades e desafios nas suas realizações.
“Ela é conhecida por defender a igualdade de género, modernizar a música congolesa e inspirar gerações sucessivas de músicos”, disse o responsável, ao justificar a razão da escolha do filme.
Com uma carreira de quase três décadas, Abeti Masikini foi/é uma figura significativa na música popular congolesa e africana do século XX. Seu contributo pela expansão e valorização dos ritmos tem sido tema de destaque em workshops e conferências sobre arte africana.
Devido ao seu importante papel na promoção daquele estilo musical congolês, ela é várias vezes referida como a ‘‘Rainha do Soukous’’. “Sua banda, Les Redoutables, foi uma plataforma de lançamento para inúmeras artistas femininas”, acrescentou o porta-voz em declarações a este Jornal.
O filme “Abeti Masikini: Le Combat d’Une Femme” é de autoria da realizadora congolesa Laura Kutika et Ne Kunda Nlaba, em 2014, em Kinshasa, em forma de documentário.
O seu legado
Masikini é uma das figuras mais proeminentes da música africana contemporânea. Ela é uma das poucas artistas femininas congolesas que conquistaram um nicho profissional na cena musical dominada pelos homens.
Foi a primeira artista feminina congolesa a liderar sua própria banda, bem como a primeira artista feminina centro-africana a se apresentar em grandes locais da Europa e da América, como Zénith Paris, Carnegie Hall, Olympia Hall, Royal Albert Hall , Wembley Arena e Appollo Theater.
Seu conjunto Les Redoutables é considerado uma das maiores “escolas musicais”, já que muitos artistas notáveis passaram por ela, incluindo M’bilia Bel, Lokua Kanza, Abby Surya, Malage De Lugendo, Tshala Muana, Yondo Sister, Lambio Lambio, Komba Bellow, Richard Shomari e Joëlle Esso (dançarina), entre outros. Além da música, ao longo da sua carreira, Masiki desenvolveu várias actividades filantrópicas na sua terra natal e noutras cidades da RCD.
Trajectória da cantora
Abeti Masikini nasceu em 9 de Novembro de 1954, em uma família Finant, uma família congolesa de classe média alta de oito filhos em Stanleyville (hoje Kisangani), Congo Belga, actual República Democrática do Congo (RDC).
Seu pai, Jean-Pierre Finant, serviu como o primeiro governador congolês nativo da Província Oriental na então República do Congo. A mãe de Abeti Masikini, Marie Masikini, era vocalista principal do coro da igreja no Institut des Prêtres du Sacré-Coeur (ou Collège du Sacré-Coeur ; agora Institut Maele).
Abeti Masikini foi uma cantora, compositora, instrumentista e líder de uma banda musical, onde era vocalista. Começou a cantar como corista na igreja de sua mãe desde muito jovem. A cantora congolesa em destaque morreu por doença, a 28 de Setembro de 1994.
Uma das grandes referências da música africana, Masikini foi autora discográfica de álbuns como Cheri Bade, I love you, Likaiabu, Kikibamba, Viens mon amour, Bebé Matoko, We muloko wangu, Be suivra suivra, entre outros. Fez saber também que os ingressos estão à venda no valor de mil kwanzas.