O povo angolano celebrou ontem, 11 de Novembro, o 49.º aniversário da Independência Nacional, cujo Acto Central decorreu na província de Malanje, sob o lema “11 de Novembro: Unidade Nacional, Produção e Desenvolvimento Sustentável”.
O Acto Central das comemorações do 11 de Novembro foi orientado pela ministra de Estado para Área Social, Maria do Rosário Bragança, que chamou, na ocasião, os angolanos a preservarem a unidade nacional e todos os ganhos da Independência Nacional até aqui alcançados.
Maria do Rosário Bragança disse que é preciso divulgar cada vez mais o dia 11 de Novembro e realçar a sua importância enquanto marco catalisador da união das várias sensibilidades nacionais, com vis- ta à valorização da Pátria angola- na assente na vontade da consolidação de um Estado Democrático de Direito.
“Celebremos, hoje, não apenas a nossa rica história e o legado que nos foi deixado, mas, sobretudo, o futuro que podemos construir juntos. Dentro de um ano, completa- remos meio século de existência como Nação.
Mantenhamos, pois, bem viva dentro de nós a chama da unidade nacional, para que juntos possamos construir uma Angola digna dos nossos sonhos, aspirações e esperanças”, disse a governante, que falava em representação do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço.
Bravura dos angolanos
Maria do Rosário Bragança enalteceu a resistência do povo angolano, lembrando que a bravura de angolanas e angolanos para pôr fim ao jugo colonial culminou com a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975, pelo saudoso Presidente Dr. António Agostinho Neto, o Fundador da Nação e Herói Nacional.
“Neste Acto Solene, ao celebrarmos esta data histórica, permitam-me render uma singela homenagem à memória dos que deram as suas vi- das em prol da liberdade e da dignidade do nosso povo, heróis conhecidos e anónimos, onde se incluem jovens e mulheres, pois, sem o seu sacrifício, estaríamos longe de alcançar o que hoje consideramos um bem inestimável”, sublinhou.
Reconciliação nacional
Considerou a reconciliação nacional como um pilar fundamental para o progresso e a unidade nacional, um compromisso com a verdade e a justiça e um convite a todos para que deixem de lado as animosidades do passado e abra- cem a diversidade multicultural e a idiossincrasia que caracterizam as populações que conformam o povo angolano e os distingue como nação.
“Esta tarefa, a da reconciliação nacional, não é apenas para uma geração, mas para todos, e tem de ser consolidada no nosso quotidiano, mesmo com pequenos gestos que, parecendo simples, nos ajudam a curar feridas e a superar desconfianças.
Este lema deve ecoar como um apelo à acção e à responsabilidade que cada um de nós deve assumir perante o trabalho em prol de uma Angola melhor para todos”, avançou.
Referiu que a unidade deve ser a maior força do povo angolano, a pedra angular sobre a qual possa reafirmar o seu compromisso de a fortalecer, porque só através da coesão nacional os angolanos poderão construir uma nação próspera, democrática, pacífica, valorizando o seu rico mosaico cultural e preservando a paz, um bem valioso que deve ser defendido a todo o custo.
Ganhos da Independência Nacional
A governante, que pediu a preservação dos ganhos já alcançados até aqui, destacou que no sector da Educação são evidentes os ganhos da Independência Nacional, os quais se reflectem no alargamento da rede escolar, no maior acesso ao sistema de educação e ensino e numa atenção muito especial na for- mação e gestão do pessoal docente.
No domínio da Economia e dos seus efeitos ao nível dos preços dos produtos, referiu que, sendo Angola um país ainda muito dependente da importação, a sua economia está permanentemente exposta aos choques inflacionistas que as principais economias do mundo vivem, com o aumento dos diversos factores de produção, garantindo que o Executivo está a trabalhar para superação deste desafio.
No sector do turismo, fruto do alcance da paz, afirmou que o país tem a oportunidade de se tornar num destino turístico atractivo, tendo em conta os encantos de que foi agraciado. “Por exemplo, a província de Malanje possui um potencial turístico invejável, tal como já foi referido antes, mas é preciso transformar esse potencial em realidade”, apelou.
Violência doméstica
A ministra pediu, por outro, a denúncia de todo tipo de prática de violência doméstica, apelando à união de esforços contra este mal a que muitas crianças, mulheres e idosos são vítimas, e promovendo a protecção das vítimas e a consciencialização da sociedade sobre este grande flagelo social.