Sob lema “Uma África unida e sem Guerra”, a primeira edição da Bienal Internacional do Livro ÁfricaAngola/2024, que decorre de hoje até ao dia 18 do mês curso, no pátio do Xyami Shopping, na capital da província do Huambo, e com transmissão ao vivo nas plataformas digitais e redes sociais, vai juntar cerca de 258 escritores provenientes de mais de 50 países africanos e outros como Brasil, Portugal, Reino Unido, Estados Unidos, entre outros.
O evento, que acontece pela primeira vez em território angolano, em particular, e em África, em geral, exclusivamente em formato virtual, visa, entre outros, promover o intercâmbio cultural entre os diferentes artistas e expositores, a expansão da literatura angolana e africana, assim como a consciencialização dos participantes sobre a necessidade de se difundir cada vez mais uma cultura da paz e união entre os povos do continente berço.
O acto central da bienal decorre a partir 8 horas da manhã, no pavilhão Osvaldo Serra Van-Dúnem, com o governador provincial do Huambo, Pereira Alfredo, a proferir o discurso oficial de abertura.
Segundo o organizador e portavoz do evento, o escritor Nituecheni Africano, a Bienal Internacional do Livro tenciona propagar o mercado literário angolano para outros países do continente, assim como proporcionar um espaço de debates e troca de ideias e visões sobre a literatura africana face aos desafios da literatura mundial, colhendo opiniões dos diversos autores que se vão juntar na capital do planalto central.
O mesmo adianta que o evento vai ter as transmissões ao vivo a partir das páginas das redes sociais como Instagram, Facebook e LinkedIn e de plataformas de meeting como o Zoom.
“É a primeira vez que um evento desta natureza em África acontece unicamente em formato virtual, e a razão de optarmos por esta via é com o propósito de atingirmos um maior número possível de participantes, não apenas em Angola, mas um pouco por todo o mundo, e também devido a dificuldades que alguns autores mostraram em se fazer presentes no evento após os constrangimentos registados nas datas anteriores em que a bienal estava prevista a acontecer”, explicou o responsável.
Com mais de 130 horas de programação, 100 expositores e 258 autores nacionais e internacionais, a organização estima que a Bienal do Livro Africano venha a atrair durante o evento mais de três mil e 300 leitores por todo mundo.
Homenagens a Agostinho Neto e António Jacinto
Nesta primeira edição, a bienal vai homenagear duas figuras da literatura angolana. Tratase dos escritores e nacionalistas António Agostinho Neto (primeiro Presidente da República e fundador da União dos Escritores Angolanos-UEA) e de António Jacinto, co-fundador da UEA e primeiro-ministro da Cultura de Angola pós-independência.
De acordo com a organização, a homenagem a estas duas figuras emblemáticas da cultura angolana, em especial da literatura, enquadra-se nas acções de festividades dos 49 anos de independência nacional, que se assinala hoje (11 de Novembro), e também devido ao centenário de António Jacinto, celebrado a 28 de Setembro do corrente ano.
Por outro lado, as homenagens, de acordo com o porta-voz da bienal, visam também exaltar os contributos dos referidos escritores na promoção da literatura angolana, assim como na difusão da cultura de paz, unidade e sem discriminação entre os povos africanos através das suas obras literárias e não só. “Queremos mostrar para África e para o mundo o quanto estes escritores contribuíram com as suas obras para a consolidação de uma África unida e sem discriminação racial”, reforçou.
O mesmo reforçou ainda que este evento visa também ajudar no resgate de valores cívicos e morais da sociedade africana por intermédio do livro e construir uma mente sólida para todos os africanos. Além de exposições literárias, a bienal vai contar com debates de temas pertinentes sobre a literatura africana e mundial, workshops, reflexões, exposições de obras de artes plásticas e pintura, poesia, música, entre outros.