Ontem (5), os cidadãos norte-americanos decidiram quem dos principais candidatos vai tomar o cargo do presidente dos EUA: o republicano Donald Trump, conhecido pela sua postura pacificadora em relação à crise ucraniana, ou a democrata Kamala Harris, que pretende continuar a política actual de Washington.
Na sua entrevista à Sputnik, Doctorow disse que, mesmo que Harris vença a eleição, os políticos europeus vão entender que o tempo terá acabado para a Ucrânia. “A ajuda dos EUA para a Ucrânia também vai estar sendo eliminada gradualmente no governo Harris, embora não tão rapidamente, mas ainda de forma definitiva, já que o Congresso não está pronto para votar novas dotações para Kiev”, disse.
Segundo ele, é muito pouco provável que os democratas predominem em todas as câmaras do Congresso dos EUA e continuem assim a alocar mais dinheiro para Kiev.
A partir daqui, a estrutura actual das instituições da União Europeia, que depende de enormes contribuições financeiras dos EUA para prolongar a sua política na Ucrânia, “se desfará como um baralho de cartas”.
Doctorow não descartou que a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que professa um estilo “autoritário” de governo e “usurpou poderes” que não possui de acordo com a Constituição Europeia, seja forçada a deixar o seu cargo ou perder parte do seu poder.
“Acredito que na Europa há uma expectativa generalizada da vitória de Trump e, como consequência, um rápido término da ajuda financeira e militar à Ucrânia, a fim de forçar Kiev a reconhecer o óbvio: ela perdeu a guerra para a Rússia, é hora de parar de lutar, salvar o que ainda é possível do país, salvar a vida das pessoas.”
O especialista também acredita que as mudanças ocorrerão não apenas no nível pan-europeu, mas também num nível nacional. O especialista tem certeza de que o chanceler Olaf Scholz, no caso de vitória de Trump, se puder ficar sentado na sua cadeira até às eleições nacionais no Outono de 2025, provavelmente vai deixar o seu cargo depois delas.
Ao mesmo tempo, o presidente francês Emmanuel Macron já está a enfrentar a ameaça de impeachment, sendo um político altamente impopular no seu país. A eleição presidencial dos EUA ocorre em meio à total incerteza sobre quem será o vencedor.
Se em 2020 Joe Biden, que estava liderar as pesquisas de opinião, venceu, não há um líder claro na eleição actual. A diferença de apoio entre Trump e Harris é insignificante em média e está dentro da margem de erro estatística.