Antony Eumaechi é um nome desconhecido para os angolanos comuns. Pouco ou quase nada diz, mesmo que para isso se utilize o seu pseudónimo ‘Tony Elumelu’. É um empresário nigeriano que há dias foi recebido pelo Presidente João Lourenço no Palácio da Cidade Alta, em Luanda.
Aos 61 anos de idade, o filantropo, empresário e banqueiro dirige uma multinacional com intervenção em diversos sectores da economia africana. À semelhança de outros empresários do seu país, entre os quais madame Fifi, uma das mulheres mais ricas da Nigéria, tem virado baterias para o território angolano, respondendo assim ao chamado que a diplomacia económica angolana vai proporcionando por intermédio das embaixadas angolanas pelo mundo.
Não há dúvidas de que quem investe busca por retorno. Por isso, não há como descurar este facto em relação aos nossos novos visitantes nigerianos e os seus propósitos. Mas, ainda assim, convém destacar a forma como o fazem e outras acções por detrás.
Se para muitos o nome de Tony Elumelu é desconhecido, há muito que alguns jovens angolanos interagem com as suas instituições para poderem implantar os seus projectos a nível interno.
Com o seu conglomerado empresarial e os seus braços filantrópicos, o empresário tem atribuído crédito a jovens do continente com um montante mínimo de cinco mil dólares, que hoje, com a taxa de câmbio flutuante, daria mais de cinco milhões de kwanzas.
E será a expansão desta acção que deverá acontecer nos próximos tempos depois desta visita e a recepção que teve com o Presidente da República de Angola, permitindo não só a criação de pequenos negócios, assim como o aumento de postos de trabalho de que a nossa economia há muito clama.
Nos últimos anos, tem sido bom ver o olhar e a aposta que muitos empresários africanos têm do continente. Por sinal, uma realidade que foge muito a muitos empresários angolanos, a maioria dos quais mega obcecados com o ocidente.
Dados existentes sobre o empresário, através do Wikipédia, indicam que, em 2015, comprometeu 100 milhões de dólares para criar 10.000 empreendedores em toda a África durante os próximos 10 anos, através do Programa de Empreendedorismo da Fundação Tony Elumelu – uma iniciativa de empreendedorismo pan- africana concebida para capacitar empreendedores africanos através de um programa plurianual de formação, financiamento e orientação.
Existem em Angola muitos empresários, alguns dos quais poderão, sem dúvida, ter muito mais dinheiro do que este filantropo.
Alguns o tiveram num passado não muito distante, mas a capacidade altruísta e de comprometimento com o próprio país que os viu nascer anda muito longe do que lhes está a ser transmiti- do por este filho de África.
Aos jovens, hoje grande parte dos quais desempregados, simples apoios se podem transformar no início de um futuro promissor. E para tal não é apenas ao Executivo que compete criar condições para o efeito, como, infelizmente, muitos pretendem erradamente fazer crer.