Populares em Benguela estão divididos quanto ao que pode vir a ser a governação de Manuel Nunes Júnior. As opiniões divergem. Por um lado, os que se manifestam cépticos em relação à continuidade dos projectos em curso, com a saída do seu principal impulsionador, Luís Nunes.
Por outro, há quem reforce que o actual governador fez parte da comissão a quem coube a aprovação de grande parte dos projectos, em virtude de, à data dos factos, ter sido o ministro de Estado para a Coordenação Económica.
De modo que a Nunes Júnior cabe, agora, transformar Benguela na «Califórnia» prometida pelo Presidente da República, João Lourenço. O jurista Chipilica Eduardo, por exemplo, desdramatiza a ideia de não continuidade de projectos e lembra que, à data da aprovação de maior parte desses, Manuel Nunes Júnior era ministro de Estado para a Coordenação Económica.
Ele sinaliza que os projectos para Benguela eram discutidos pelo constituí- do pelo Presidente João Lourenço, Luís Nunes e o próprio Nunes Júnior, daí ter descartado, à partida, a questão de paralisação dos projectos, na medida em que o Titular do Poder Executivo decidiu mandar para Benguela justamente quem está melhor familiarizado com os mesmos, maior parte dos quais aprovados por decreto do PR. Benguela, neste momento, dispõe de uma carteira de investimentos de mais de dois biliões de dólares.
No consulado de Nunes Júnior, só em decreto Presidencial, tinham sido aprovados pouco mais de um bilião de dólares. Exceptuando os casos da circular rodoviária externa para Benguela, orçada em 517 milhões de dólares, e de construção de equipamentos sociais, para o qual o Estado injecta 203 milhões, recorrendo ao procedimento de ajuste directos, todas empreita- das de que a província dispõe foram aprovados com Manuel Nunes Júnior à frente dos destinos da Coordenação Económica do país.
“Sendo assim, a vinda dele para Benguela vai significar a continuidade do projecto, porque há interesses instalados nesses 415 milhões de euros (financiamento externo), que compreendem as empresas prestadoras de serviço, o financiamento e o reembolso que o Estado angolano tem que garantir”, sustenta. “Os lucros e os dividendos vão continuar a ser executados. Quanto mais morosidade existir, melhor para o financiador”, reforça o jurista.
Nunes Júnior tranquiliza
O novo governador provincial de Benguela, Manuel Nunes Júnior, empossado ontem pelo PR, na Cidade Alta, tranquiliza e as- segura continuidade dos projectos deixados pelo seu predecessor. Entretanto, apesar dessa manifesta garantia do governante, o jornalista Ramiro Aleixo diz ser mau para a província a saída de Luís Nunes, porque «perdem-se algumas dinâmicas», e lembra que não há lá assim grande tempo para o mandato do actual governo.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela