Em declarações à ANGOP, disse ser um negócio emocionante e de aventuras, pois, apesar das péssimas condições das vias de acesso, há três anos que se desloca quase sempre para as aldeias mais recônditas da província do Huambo, com o objectivo de adquirir os produtos.
Explicou que adquire directamente dos produtores culturas de feijão, milho, batata-doce, cenoura, batata-rena, alho, cebola, entre outros, que, em seguida, escoa para Luanda, através de camiões fretados, para serem revendidos nos mercados informais do 30 e do Kilamba.
Longe de casa e da família, apontou como principais dificuldades a saída da cidade para os campos longínquos (viceversa), bem como a escassez de meios de transportes, pelo facto de muitas vezes notar a recusa de certos camionistas, devido ao mau estado das estradas.
Em média, acrescentou, passa duas semanas no campo em negociação com os produtores e transportadores das zonas de produção à cidade da Caála e, posteriormente, para Luanda.
A empreendedora, que pretende envolver mais jovens nesta actividade, como forma de promover o agro-negócio na municipalidade e, ao mesmo tempo, incentivar a produção familiar, compra os produtos aos camponeses das comunas da Cacoma (Ucuma), Quipeio (Ecunha), Alto Hama (Londuimbali) e em várias aldeias do Bailundo, com o preço de revenda a depender da compra.
Sobre os lucros, disse que tem uma rentabilidade de mais de 5 mil kwanzas em cada saco do produto revendido (feijão, milho, batata-doce e rena, cenoura, alho, cebola, entre outros).
Destacou o dinamismo dos mercados informais de Luanda para a venda a grosso, pelo facto de a mercadoria esgotar, geralmente, em menos de uma semana, daí a realização de duas viagens por mês.
Disse ter como principal meta o fomento do agro-negócio, com o objectivo de auxiliar nas acções voltadas para a diversificação da economia. Alzira Victor pediu aos jovens para não se conformarem com as dificuldades da vida e a lutarem para se auto-empregarem e a contribuírem para o desenvolvimento do país.
A província do Huambo preparou para a presente época agrícola 872 mil, 156 e 46 hectares, subdivididos nos sectores familiar (378 mil 687,87) e empresarial (492 mil 468,6), onde se prevê colher um milhão e 800 mil toneladas de produtos diversos.