O sindicalista chamou a imprensa para denunciar aquilo a que chama de assalto ao poder no sindicato de que ele é secretário. A acção de um grupo de sindicalistas consubstanciou- se em emissão de cartas a várias instituições públicas e privadas a dar conta que Custódio Kupessala já não reunia condições para continuar à frente da federação, por alegada má-gestão de fundos da instituição.
Alguns funcionários, que, alegadamente, estão a ser influenciados por dirigentes da UNTA, estarão a fomentar informações falsas segundo as quais ele te- ria desviado cerca de 8 milhões de kwanzas – ressalta.
Entretanto, Custódio Kupessala refuta tais acusações e argumenta que o verdadeiro motivo da UNTA-CS se deve ao facto de ele ter influenciado um número significativo de funcionários do regime geral para não aderirem à greve convocada pelas três centrais sindicais, no princípio do ano.
Depois da declaração feita ao jornal OPAÍS, no princípio do ano, relativa à greve, Kupessala diz que passou a ser alvo a bater pela UNTA-CS. O sindicalista acrescenta que a acção de destituição foi motivada por um antigo funcionário administrativo do Secretariado Provincial do Sindicato da Administração Pública, Saúde e Serviços a quem se acusa de desvio de verbas destinadas à ajuda social a alguns filia- dos, ao longo do tempo que chefiou a área de finanças
“Dia 18 de Outubro reuniram-se com o objectivo de destituir o secretário-geral, na pessoa de Custódio Kupessala, eleito em 2020, nu- ma conferência”, resume, ao sustentar que, à luz do artigo 27 dos estatutos, a convocação de um conclave para o destituir é de sua competência e do conselho fiscal. “Eles invocam que o secretário- geral está a gerir mal o sindicato.
Pensam que eu me beneficiei dos valores. Não é verdade. E eu como também sou secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública, Saúde e Serviços de Angola – e essa, em termos financeiros é débil – então alguns valores deste sindicato (o provincial de Benguela) foi ajudando para avançarmos com a iniciativa relativamente à actualização de categorias. É um trabalho de vulto que nós realizamos há anos.
Acima de 8 milhões de kwanzas”, explica. Ele assegura que o seu elenco directivo tem plena noção de todo o movimento financeiro à volta dos 8 milhões. Em função do alvoroço gerado, o responsável sindical diz ter sugerido aos secretários provinciais diligências tendentes à devolução dos milhões de que fala. “
E o Conselho Fiscal tem o conhecimento, até porque a última reunião que tivemos com o Conselho Fiscal apresentei esta inquietação. Neste momento, estamos a fazer diligências a todos os secretários dos sindicatos desse ramo de actividade para começar a contribuir e repormos os valores. Não deve ser só um único sindicato provincial a custear as despesas, porque os resultados beneficiaram todos os funcionários a nível do país”, ressalta.
UNTA não se sente atingida
Contactada, a UNTA-CS não desmente nem confirma as alegações de Kupessala, limitando-se a dizer que não se sentia atingida, daí que não visse razões para reagir. No dia em que este jornal esteve na sede provincial daquela união, à procura do contraditório, soube-se que decorria uma reunião com o Conselho Provincial do Sindicato da Administração Pública, Saúde e Serviços sem a presença de Custódio Kupessala.
O secretário para área de informação da UNTA-CS, Cândido Victorino, desconhece reuniões alegadas por Custódio nas quais se tenham tratado de assuntos relativos à destituição de Kupessala do cargo de secretário, mas confirmou uma outra reunião com alguns membros do conselho para tratar de assuntos de gestão do sindicato da Administração Pública, Saúde e Serviços.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela