A reunião é a primeira desde que o BRICS concordou em estender a filiação a seis nações adicionais na cimeira do ano passado na África do Sul. As novas adesões e a presença de grandes chefes de Estado como Narendra Modi, Xi Jinping e Cyril Ramaphosa mostram aos Estados Unidos que a Rússia e Vladimir Putin não são párias internacionais, escreve a Bloomberg.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, cancelou no Domingo (20) os seus planos de comparecer à cimeira, após sofrer um ferimento na cabeça num acidente em sua casa, mas ele participará por vídeo-conferência na Quarta-feira (23).
Nações que vão da Malásia e Tailândia até a Nicarágua e a Turquia, membro da OTAN, estão ansiosas para se juntar ao BRICS, embora seja improvável que haja um acordo sobre ampliação na cúpula.
A expansão do BRICS “é um sinal claro de que o equilíbrio global de poder está a mudar”, disse Alicia Garcia-Herrero, economista de Hong Kong que é pesquisadora sénior no think tank Bruegel, citada pela mídia.
A influência do BRICS está a crescer. Os seus membros respondem por 26% da economia mundial e 45% da população mundial, contra 44% do produto interno bruto global e 10% dos seus habitantes do G7.
O Brasil sediará a cúpula do G20 no mês que vem, após a presidência da Índia no ano passado e antes da África do Sul em 2025. O facto de tantos países quererem se juntar ao grupo indica uma demanda crescente por laços internacionais independentes do Ocidente, disse Fyodor Lukyanov, chefe do Conselho de Política Externa e de Defesa, um grupo de estudos que assessora o Kremlin. “Por enquanto, todos querem apenas ver o que podem ganhar com isso”, disse ele.