O responsável destacou o papel fundamental da classificação, avaliação de recursos e reservas no sucesso dos projectos mineiros durante o workshop sobre a avaliação de recursos e reservas minerais.
Rómulo Mucase reconheceu os desafios, mas afirmou que há plena consciência da responsabilidade de contribuir para o pro- grama nacional e sustentar a própria sociedade mineira.
O depósito de diamantes do Luele, especificamente a chaminé kimberlítica, tem um potencial estimado para durar 60 anos, com reservas de 647 milhões toneladas de minério, correspondendo a 628 milhões de quilates, segundo o responsável.
Explicou que as obras da segunda fase do Luele estão em andamento, prevendo-se que a segunda linha de produção esteja operacional até o segundo semestre de 2025. Com uma produção significativa e uma longa vida útil estimada para a mina, o projecto Luele está posicionado como um dos principais contribuidores para o crescimento do sector mineiro em Angola.
“Este workshop é de grande relevância para o sector mineiro, pois a classificação e avaliação dos recursos e reservas é um dos elementos mais críticos para a mineração”, sublinhou Mucase, enfatizando que o sucesso de qualquer projecto mineiro depende da prospecção que resulta em depósitos minerais com reservas devidamente avaliadas.
40 milhões de quilates em reservas
O secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Victor, disse, na ocasião, que Angola conta com mais de 40 milhões de quilates de reservas de diamantes.
Jânio Victor destacou que o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET), no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027), tem trabalhado de forma intensa para estruturar programas e implementar acções que contribuam para a diversificação da economia nacional.
Entre os principais objectivos do PDN, está a promoção da sustentabilidade e inovação no sector mineiro, elementos fundamentais para a consolidação de uma indústria mineira robusta e responsável.
“O lema deste workshop, ‘avaliação precisa, mineração transparente’, reforça a importância do encontro e a missão que to- dos os profissionais do sector de- vem abraçar, assegurando transparência e rigor em todas as etapas da mineração”, afirmou o secretário de Estado.
Jânio Victor sublinhou ainda que a indústria mineira angola- na vive um momento de crescimento significativo, tornando a transparência e a conformidade das suas operações uma necessidade urgente, alinhada às exigências internacionais de “boas práticas” e à adequação ao quadro jurídico nacional.
Em 2022, Angola aderiu à Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva (ITIE) e tem vindo a apresentar relatórios regulares, disponíveis ao público, que reforçam o compromisso do país com a transparência.
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Endiama-E.P, Ganga Júnior, sublinhou a relevância do evento para o sector mineiro, que permite um planeamento integral dos projectos, desde os estudos técnicos e económicos até à fase de operações. Ganga Júnior chamou atenção para os desafios crescentes relacionados à produção e comercialização de diamantes sintéticos, que representam uma ameaça para o mercado de diamantes naturais.
“Estamos atentos a essa realidade e a trabalhar para fortalecer uma organização internacional dedicada aos diamantes naturais”, acrescentou. Em termos de produção, Ganga Júnior informou que a expectativa é de atingir cerca de 14 milhões de quilates.
O workshop também abordou a capacitação de profissionais angolanos como “Competent Persons” (Pessoas Competentes), qualificando-os para a avaliação e classificação de recursos e reservas minerais, seguindo normas internacionais.
O evento integra-se nas actividades da II Conferência Internacional de Diamantes (AIDC-2024), que acontecerá nos dias 23 e 24 de outubro, em Saurimo, província da Lunda-Sul, reunindo especialistas e profissionais do sector mineiro.
POR:Francisca Parente