Francisco Franca explicou que a ferramenta visa reforçar a gestão da ferroviária e trazer maior segurança na circulação de locomotivas, sendo que o equipamento funciona via satélite e permitirá o controlo à distância de toda operação e condução dos comboios.
A introdução do sistema de verificação, sustenta, irá trazer mais segurança, sendo que, em casos que se verifiquem o desvio de máquinas ao longo da linha, o dispositivo é accionado e a locomotiva é forçada a parar.
Francisco Franca revelou que, desde o início das operações até à data presente, circularam pelo Corredor do Lobito um total de três mil comboios monitoriza- dos, sem que houvesse o registo de qualquer acidente ferroviário.
“Tendo em conta o início das operações, nós já conseguimos mover três mil comboios sem acidentes do total de comboios (2600), que permitiram a movimentação de passageiros e as restantes o gerenciamento de cargas”, avançou.
Para a eficiência das operações, o consórcio formado pelas empresas Trafigura, Vecturis e Mota- Engil construiu duas áreas, sendo a primeira de planeamento e outra de tráfego, bem como esteve engajada na formação de mais de 20 jovens angolanos que se encontram a trabalhar com software especial de tráfego.
Quanto aos efectivos para o manuseio das máquinas, o Corredor conta com 25 maquinistas, estando ainda em acção um programa de recrutamento e formação de novos maquinistas. O programa em carteira visa transmitir aos maquinistas o controlo na operação e condução das locomotivas, garantindo mais segurança no trabalho.
O director executivo da LAR contou que, ao longo de oito meses, o grupo de empresas levou a cabo um conjunto de operações ao longo Corredor Ferroviário do Lobito, que desencadearam na substituição de materiais novos e aplicações de novas tecnologias de gestão de tráfego de comboios.
No quadro do financiamento, o responsável garantiu haver passos significativos, revelando que até ao fim do ano o processo será concluído para o avanço das obras, sendo que poderá cobrir todos os custos do investimento, isto é, operação, implementação e desenvolvimento do projecto.
Combinação humana à tecnologia
Falando no evento sobre a “tecnologia ao serviço da construção”, o director da Mota-Engil em Angola, Miguel Azevedo, contou para este jornal que não há qualquer risco em implementar as novas soluções para o desenvolvimento da construção do país, pelo contrário, visam melhorar o ambiente de negócio das empresas. São ferramentas que vão reportar históricos, permitindo com que as equipas tenham acesso a uma informação, pois, em termos de materialização, são soluções mais ambientalistas.
Miguel Azevedo destacou que a capacitação dos recursos humanos pelas empresas é fundamental no processo, sendo que estes nunca serão substituídos por má- quinas nenhuma. Para o responsável da Mota Engil, as tecnologias permitem uma estruturação melhor, são sempre usadas pelo lado positivo, inclusive permitem ter mais pessoas qualificadas, sendo que a não-qualificação não promove a dignidade.
“O único caminho da dignidade é a qualificação, com a qualificação sempre haverá trabalho, mas a não-qualificação é um problema. Hoje é necessário formar os trabalhadores para terem noções de segurança ambientais e cumprimento de regra para o seu crescimento”.
POR:Adelino Kamongua