Lançado na passada sexta-feira, 18, integra 10 mulheres ligadas à cultura, literatura e educação, e tem por objectivo dar continuidade ao legado da sua patrona, Irene Guerra Marques, através do resgate e visibilidade à importância da mulher na literatura e nas artes, promovendo debates, colóquios, publicações e formações que enriquecem o cenário literário do país
. A coordenadora do NEIGUM, Cíntia Gonçalves, explicou que o projecto nasce da vontade de continuar o legado da escritora, com a intenção de se criar um espaço de diálogo, investigação e partilha, onde a literatura seja o ponto de encontro para diversas vozes e perspectivas.
“O NEIGUM é composto por um grupo de dez mulheres apaixonadas pela cultura, literatura e educação, que, ao unirem forças, dão continuidade ao trabalho da sua patrona.
Cada integrante traz consigo uma história única, mas partilha um objectivo comum: honrar e fortalecer a presença feminina no panorama literário e cultural de Angola”, descreveu.
Além de homenagear o trabalho da sua patrona, o núcleo vai ainda abrir caminho para uma nova geração de mulheres escritoras, pensadoras e criadoras de conteúdo.
Cíntia explicou que será possível através de colaborações, eventos e publicações, uma vez que buscam construir pontes entre gerações e fomentar um espaço onde o conhecimento, a literatura e a cultura possam florescer.
“Ao honrarmos a trajectória de Irene Guerra Marques estamos a celebrar o poder transformador da palavra, o impacto da educação e o papel central da mulher no desenvolvimento da sociedade angolana, celebramos às mulheres como uma voz indispensável na ciência.
O NEIGUM é mais do que um grupo de estudo, é um movimento de afirmação cultural e literária que se ergue em nome da memória e do futuro da literatura no feminino”, rematou.
O NEIGUM faz parte do Movimento Litteragris
Por sua vez, Edimira Cariango, coordenadora adjunta do Movimento Litteragris, fez saber que o movimento comemora nove anos de existência, e também aproveitou a oportunidade para fazer a apresentação do núcleo em homenagem à figura da professora e filóloga, patrona do grupo.
“O núcleo é composto por mulheres e também alguns homens do Movimento Litteragris, é um projecto, dentro do círculo de estudos linguísticos da Litteragris, que se vai focar no estudo das produções literárias de autoria feminina para promover as produções literárias, principalmente das escritoras angolanas”, disse.
A voz da patrona
A também professora Irene Guerra Marques afirmou que neste momento estão reunidos para participar na apresentação do Núcleo de Estudos Interdisciplinares, uma iniciativa do círculo dos estudos literários e linguísticos Litteragris.
“Saber que a minha trajectória inspirou de alguma forma este grupo de jovens dedicados aos estudos literários simboliza não apenas o reconhecimento do meu trabalho, mas, sobretudo, reforça a importância que a literatura tem para as nossas vidas enquanto ponte entre mundo, ideias e corações. O núcle espera corresponder com as expectativas de toda a sociedade”, perspectivou.
UEA considera homenagem merecida
Por sua vez, o secretáriogeral da UEA, David Capelenguela, considera como sendo uma homenagem merecida, por se tratar de uma professora que muito contribui para o ensino da Língua Portuguesa no país, de igual modo para a própria literatura.
“Temos consciência de que qualquer sociedade se prima por passagens de testemunhos. O que está acontecer é que abrimos as portas para uma nova geração que tem estado a demonstrar que, de facto, sabem fazer aquilo que fazem. Daí o nosso interesse muito particular em poder ajudar, apoiar, encorajar e orientar para as melhores práticas naquilo que deve ser feito”, realçou.