A nova presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF), Hermínia Maria da Conceição Ferreira do Nascimento, disse, logo depois de eleita, na tarde de sábado, 19, que, independentemente da disponibilidade de continuar a discutir para que a situação da actualização das categorias tenha solução, a sua liderança também olhará para a formação de líderes sindicais, porque os precisa cada vez mais competentes e aguerridos.
“Apostamos na emancipação da mulher sindicalizada. Pretendemos, neste quinquénio de 2024- 2029, formar o comité da mulher sindicalizada e o de jovens sindicalizados. Esses dois géneros serão o celeiro, constituindo, praticamente, uma base onde nós podemos tirar jovens fortes, capacitados e com vontade de dar continuidade ao processo iniciado há mais de duas décadas”, adiantou.
Hermínia do Nascimento acrescentou dizendo que o SINPROF vai apostar igualmente na juventude, porque, em 2019, o sindicato começou um processo de renovação na continuidade, que só será possível com formação e capacitação dos mais jovens.
Quanto ao descontentamento de milhares de professores que, infelizmente, no processo de transição de 2019, de acerto de categorias, que resultou num reajuste de salários, não foram beneficiados, referiu que estão na categoria de técnicos médios e noutras inferiores até hoje. “É uma situação que nos preocupa e aflige e que nós temos entre as prioridades.
Não posso esconder a preocupação que tenho, porque os desafios são maiores, mas estou confiante, porque temos um conselho nacional activo, que, naturalmente, nos passos que for- mos dando, vão-nos dar conselhos e orientações precisas e actuantes”, gabou-se a nova presidente do SINPROF.
Hermínia do Nascimento prometeu aos professores filiados e à sociedade, em geral, que ela e a sua equipa continuarão a trilhar os caminhos apontados e a ser aquilo que sempre foram, fazendo uma sindicância forte, unida e destemida comissão considera processo pacífico Miguel Víctor Augusto, o designado presidente da comissão eleitoral ao 6.º congresso ordinário de renovação de mandatos para o quinquénio 2024-2029, considera que o processo eleitoral decorreu dentro de um ambiente pacífico, plural, secreto e democrático.
“Coube-nos a responsabilidade de o conduzir, o que constituiu, para nós, um desafio que deu para aferir que os legados têm uma consciência democrática, electiva e associativa já muito elevada, manifestada com uma postura muito adequada, antes, durante e depois do processo, mais concretamente na divulgação do resultado final.
Miguel Augusto disse que o facto de ter havido apenas uma candidatura não cabe à sua equipa dar uma explicação, porque é da responsabilidade dos órgãos internos de detalhar como procederam até chegar às candidaturas. Entretanto, refere que tal situação não retira a seriedade do processo.
“À comissão eleitoral, coube, fundamentalmente, salvaguardar a legalidade, a justiça e a transparência.
Nós fizemos o nosso trabalho no que toca ao estrito cumprimento dos estatutos do regulamento eleitoral e da legislação aplicável em rigor, para garantir que este processo observasse, ao máximo, aquilo que está respaldado por lei e de acordo com a vontade dos legados presentes”, rematou. O caderno eleitoral registou 173 eleitores cadastrados, dos quais 143 votantes.
Do escrutínio apurou-se um total de 10 votos brancos, equivalentes a 6,99 por cento, sendo que a percentagem dos votos nulos foi de 26,57, resultantes de 38 votos.
Os votos válidos foram 95, correspondentes a 66,43 por cento, todos a favor da candidata vencedora, Hermínia Maria da Conceição Ferreira do Nascimento, declara vencedora a ocupar o cargo de presidente do Sindicato Nacional dos Professores para um mandato de cinco anos, no quinquénio de 2024-2029.
MED representado nas eleições
Coube ao secretário de Estado para o ensino pré-escolar e primário, Pacheco Francisco, representar o Ministério da Educação (MED) no acto eleitoral que elegeu Hermínia Maria da Conceição Ferreira do Nascimento como nova timoneira do SINPROF.
“Foi um congresso em que os sindicalistas passaram em revista o mandato passado e, acima de tudo, nós, Ministério da Educação, fomos convidados para acompanhar, por- que somos parceiros e, nessa parceria, temos vindo a debater várias questões da vida dos professores.
De acordo com o secretário de Estado, em alguns aspectos tem havido grandes contradições, mas, depois, se consegue ultrapassar, sendo que o essencial tem sido a compreensão que há na solução de muitos problemas da própria classe, porque, nas conversações, há sempre aspectos discordantes para o bem dos professores, na vertente dos seus direitos e dos seus deveres.
Pacheco Francisco garantiu que o ministério vai continuar a negociar as situações ainda pendentes, a fim de serem resolvidas. Para isso, quer contar com o empenho de todos, a quem recomenda a abertura de condições para se ultrapassarem as grandes contrariedades.
Sobre a questão das crianças fora do sistema de ensino, o secretário de Estado pediu para encará-la como um problema de todos, tendo adiantado que a estratégia passa pela construção de mais escolas, já que, segundo recordou, Angola é o segundo país do mundo com maior taxa de natalidade.
“Todos anos vão nascendo crianças e a construção de novas escolas devia seguir a esse ritmo, mas sabe- mos que os recursos que o Executivo tem não são apenas para a educação, pois atendem também outros departamentos ministeriais”, realçou o dirigente, tendo reafirmado que, da parte do Governo, há esse compromisso de tudo fazer, anualmente, para mitigar esse problema.
Quanto à questão dos professores que auferem salários que não condizem com a sua categoria académica actual, Pacheco Francisco explicou que muito deles são os que estavam a estudar quando o processo de actualização das categorias estava em curso.