O gabinete do Presidente alemão, Frank Walter Steinmeier, adiantou, ontem, que a Alemanha quer “homenagear os serviços prestados pelo Presidente Biden à amizade germano-americana e à aliança transatlântica que moldou, significativamente, em todas as suas posições ao longo de cinco décadas e fortaleceu, em particular, face à agressão russa contra a Ucrânia”.
Biden foi senador pelo Estado do Delaware entre 1997 e 2009, e vice-presidente dos Estados Unidos entre 2009 e 2017, antes de se tornar presidente em 2021. É o segundo presidente norteamericano a receber este prémio, depois de George H.W.
Bush, em 1993, pelos serviços prestados para a união da Alemanha. A cerimónia terá lugar, Sexta-feira de manhã, no Castelo de Bellevue, onde será recebido com honras militares por Steinmeier no âmbito da visita de um dia do Presidente dos EUA à Alemanha, durante a qual manterá também uma conversa com o Presidente e com o chanceler alemão.
Biden aterra em Berlim ao final da tarde de Quinta-feira, para visitar as autoridades alemãs, mas já não como uma visita de Estado de dois dias, como estava planeado. Antes de o Presidente dos EUA adiar a sua viagem à Alemanha na semana passada, devido à chegada do furacão Milton.
A visita de Estado teria sido a primeira de um Presidente norteamericano à Alemanha em 40 anos. De qualquer forma, esta será uma viagem de despedida para o líder da principal potência mundial antes de deixar a Casa Branca, em Janeiro, e uma boa oportunidade para reiterar na Europa o seu apoio à Ucrânia e à segurança transatlântica, segundo fontes alemãs.
Em Julho, ambos os países anunciaram, numa declaração conjunta, os planos dos EUA para implantar armas de longo alcance, como o Sm-6 e o Tomahawk, e armas hipersónicas em desenvolvimento em território alemão a partir de 2026, capacidades militares avançadas que contribuirão para a dissuasão europeia contra ameaças como a russa.
A visita de Biden não implica o reagendamento da cimeira de chefes de Estado e de Governo de cerca de meia centena de parceiros ocidentais da Ucrânia que se iria realizar no passado Sábado na base aérea norte-americana de Ramstein, no Sul da Alemanha.
Esta reunião realizar-se-á numa data posterior, mas ainda não se sabe se será ao nível dos líderes, o que obrigou o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a explicar separadamente a alguns dos parceiros europeus de Kiev o chamado ‘plano de vitória’ de Kiev.
Este plano tem componentes militares e garantias de segurança, como o pedido de adesão imediata à NATO, a fim de melhorar a sua posição na frente e forçar a Rússia a sentar-se à mesa das negociações, para conseguir a retirada completa das tropas russas do território ucraniano, entre outras exigências.