O deputado do grupo parlamentar do MPLA, Milonga Bernardo, que enalteceu o discurso do Presidente da República, disse que o Executivo tem estado a marcar passos significativos no processo de desenvolvimento e reconstrução do país.
“Os passos marcados não nos podem fazer dormir à sombra da bananeira, porque os desafios ainda são enormes, mas esses desafios serão concretizados quando todos nós tivermos de mãos dadas, e cada um, onde é chamado, cumprir com a sua missão”, salientou.
Um discurso de esperança
O governador da província de Luanda, Manuel Homem, que falou das principais obras em curso para mudar a imagem da capital angolana, considerou o discurso do Presidente da República como sendo uma mensagem de esperança, que permite a cada angolano reflectir e consolidar as acções que estão a ser desenvolvidas pelo Governo. A governadora da província de Cabinda, Suzana de Abreu, apontou, por seu turno, os maiores desafios e as potencialidades da província para o desenvolvimento económico local.
“Foi bom ouvir do próprio Titular do Poder Executivo, que deu o ponto de situação de vários projectos estruturantes e que deu a garantia da melhoria das vias. Vimos em Cabinda, por exemplo, o arranque da construção do novo aeroporto, a conclusão de dois projectos estruturantes, a refinaria e o porto no Caio.
Para nós, esses dois projectos e a possibilidade de termos a diversidade dos transportes vão trazer um outro desenvolvimento à província”, afirmou.
Sublinhou que o facto de haver uma dependência à transportação aérea é um dos grandes desafios da província de Cabinda, tendo defendido a necessidade de se diminuir as assimetrias ainda existentes na província, porém, apontou a grande oportunidade que é a floresta do Maiombe, onde se pode introduzir a investigação científica e desenvolver a medicina natural e aproveitar os outros recursos naturais que a própria província possui para impulsionar o desenvolvimento local.
UNITA céptica
O maior partido na oposição, UNITA, alega que, no discurso sobre o Estado da Nação, o Presidente da República não trouxe perspectivas para resolver o problema da fome, das escolas, da saúde e das estradas do país.
Para este partido do “Galo Negro”, a mensagem ficou aquém daquilo que os angolanos esperavam ouvir do Presidente da República, que são as perspectivas de melhorar a condição de vida. Para a UNITA, o Presidente trouxe apenas um relatório de acusações à oposição. No que respeita a implementação das autarquias locais no país, da qual o Presidente da República “atirou” mais uma vez a responsabilidade à Assembleia Nacional, o presidente do grupo parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaca, disse que a aprovação do diploma que institucionaliza as autarquias no país depende da maioria parlamentar.
“Se até hoje não aprovamos a proposta do Governo mais o projecto da UNITA, de forma a termos um único projecto, isso só depende da falta de vontade político-patriótica da maioria parlamentar. Esta maioria parlamentar é dirigida pelo MPLA e o MPLA é dirigido pelo Presidente João Lourenço”, refutou.
Chiyaca avançou que, a nível parlamentar, os deputados estão ainda muito longe dos grandes consensos que se esperam para a aprovação dos dois diplomas autárquicos, porém, garantiu que o seu grupo parlamentar está disponível para harmonizar as grandes diferenças, no sentido de haver um único projecto.
“O país precisa, efectivamente, de realizar as autarquias locais. A lei sobre a nova Divisão Político-Administrativa que cria os 326 municípios vem para retardar a realização material das autarquias locais”, sublinhou.
Um discurso quase perfeito
O presidente do PRS, Benedito Daniel, disse que o Presidente trouxe o essencial no discurso sobre o Estado da Nação, tendo focado em todas as áreas. “Achamos que tudo aquilo que já se fez foi afigurado, e o que está por se fazer também foi recomendado.
O apelo que se faz agora é para que cada cidadão possa contribuir a seu nível, porque o país deve andar com o esforço de todos. Portanto, foi o discurso esperado, a expectativa correspondeu mais ou menos”, disse. No que respeita às autarquias, Benedito Daniel apelou à união de esforços dos parlamentares para se aprovar a lei que institucionaliza as autarquias locais.
Vandalização de bens públicos
O Presidente da República acusou alguns partidos políticos de estarem a incentivar o vandalismo de bens públicos. O líder do PRS nega qualquer envolvimento dos partidos políticos nesta prática. “Os partidos políticos não têm incentivado a vandalização de bens públicos, porque os bens públicos, apesar de serem do Estado, também pertencem aos partidos políticos, e os partidos políticos têm a responsabilidade de preservá-los.