Angola participou durante dois dias, 10 e 11 do corrente mês, em Frankfurt, na Alemanha, no evento informativo “Angola: Matérias- Primas e Mineração”, onde exibiu projectos mineiros em curso, com margem de risco reduzida.
Alemanha é um país que dispõe de várias soluções tecnológicas, principalmente na construção de máquinas pesadas para actividade mineira, e Angola quer também aproveitar essa componente, segundo Paulo Tanganha.
“O foco não passa só pelo investimento no sector mineiro, mas também em infra-estruturas como estradas para reduzir os custos operacionais e tornar os projectos mais atractivos para os investidores nacionais e internacionais”, disse.
Conforme o responsável, os empresários alemães mostram muito interesse nos projectos mineiros, e estão a organizar uma visita empresarial ao país para o próximo ano. No evento, destacou-se o actual modelo de governação, bem como o processo Kimberly, demostrando que o país está alinhado com as normas mundiais, o programa de iniciativa de transparência na indústria extractiva e a qualidade da informação geocientífica que teve início com o Plano Nacional de Geologia (PLANAGEO), em 2014.
“A delegação angolana efectuou visitas às fábricas de máquinas pesadas em Frankfurt, bancos locais, e apresentou a panorâmica do sector, desde organização institucional, aposta em melhorar o ambiente de negócios, recolha de informação geológica para apoiar as empresas e os projectos mineiros em curso”, explicou.
Em relação aos projectos apre- sentados na Alemanha, o responsável sublinhou o projecto siderúrgico no Namibe, que irá produzir aço longo, concretamente varões usados na construção, através do mineiro de ferro, e diminuir a importação da matéria-prima.
Paulo Tanganha frisou que, actualmente, no país, algumas em- presas produzem aço através de sucatas, mas que poderá estar cada vez mais escassas, daí a aposta na produção do minério de ferro.
Outro projecto que fornecerá minério é o “Kassala/Kitungo”, no Cuanza-Norte, que já dispõe de informações geocientíficas avançadas, no entanto, o promotor do projecto enfrenta dificuldades financeiras.
Já o projecto de exploração de cobre na província do Uíge está em fase de desenvolvimento mineiro, que poderá arrancar em 2026. De igual modo, mencionou o projecto de exploração dnióbio, na província da Huíla, município de Quilengues, que entra em produção em Janeiro do próximo ano, assim como elementos de terras raras no Huambo, dirigido pela empresa Pensana, que deveria entrar em produção no ano passado, com destaque para o neodímio.
Havia dificuldades financeiras para avançar com o projecto, no entanto, uma delegação britânica e americana visitou e mostrou interesse.
Sendo assim, o financiamento poderá acontecer em 2026. “Estão a ser construídas as bases de vida, a parte residencial dos recursos humanos, o projecto não está parado, só não avança na velocidade que se esperava”, disse.
Outro projecto citado é o da rocha fosfatada, em Cabinda, onde será construída uma fábrica de granulados de fosfato e fertilizantes, que poderão ser aplicados directamente nas plantas e outra parte alimentar a fábrica de fertilizantes no Soyo, promovida pela empresa AMUFERT.