O presidente do MPLA, João Lourenço, convocou ontem o 8.º Extraordinário do parti- do para ser realizado nos dias 6 e 7 de Dezembro de 2024. A convocação do congresso foi feita à margem da 3.ª Sessão Extraordinária do Comité Central do MPLA, realizada ontem, em Luanda, e decorreu sob a orientação do presidente do partido, João Lourenço.
O conclave dos “Camaradas” vai reflectir sobre os cinquenta anos da Independência Nacional, a se comemorar no próximo ano, o per- curso de luta e de vitórias percorridos, bem como perspectivar o futuro do partido e da nação.
Falando na abertura desta 3.ª sessão, João Lourenço lembrou que, em todas as fases da luta, o MPLA soube sempre analisar com realismo, pragmatismo e olhar crítico a situação vigente, os perigos e ameaças, a correlação de forças, a conjuntura nacional e internacional, definindo com assertividade os caminhos a seguir para cumprir com a missão de melhor servir Angola e os angolanos.
Cumpridas com sucesso as fases da luta pela Independência Nacional, pela sua consolidação e defesa da soberania nacional e após o alcance, manutenção e consolidação da paz e da reconciliação nacional, João Lourenço referiu que o foco do partido deve estar agora virado sobretudo para a consolidação da democracia e o desenvolvimento económico e social do país.
“Fazer com que todos os cidadãos angolanos sejam participantes activos destes dois processos, o da democratização da nossa sociedade e o do desenvolvimento económico e social, deve ser a nossa principal missão enquanto partido com a responsabilidade que os angolanos nos conferiram de governação do país”, destacou.
Respeito às regras do “jogo” João Lourenço lembrou aos militantes do MPLA que ainda é muito cedo para apresentação de candidaturas à liderança do partido, e que os estatutos do partido devem ser respeitados por todos.
“A política é um jogo e, como em qualquer jogo ou competição, só vencem as equipas cujos jogadores ou atletas se submetem à organização e disciplina do colectivo e respeitam as regras do jogo e a orientação da equipa técnica.
Ninguém começa o jogo sem ouvir o apito do árbitro, ninguém inicia a corrida de atletismo sem ouvir o tiro de partida, sob pena de ser desqualificado e prejudicar a equipa”, advertiu, alegando que o foco agora deve ser a necessidade de cumprir com o programa de desenvolvimento nacional, com a necessidade da diversificação da economia, de aumentar a produção nacional para garantir maior oferta de bens e de serviços, de aumentar as exportações e a oferta de postos de trabalho.
Reconfirmada vinda de Biden a Angola
A ocasião serviu também para o líder do partido no poder reagir ao adiamento da visita de Estado do Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, à República de Angola, anunciando que o Chefe de Estado norte-americano visitará Angola em data a anunciar, em função do inesperado contratempo da passagem de um devastador furacão que deve atingir o território americano nos próximos dias.
“Auguramos que as consequências da sua passagem acabem por não vir a ser tão severas e que cause os menores danos humanos e materiais possíveis.
Quando acontecer, a visita servirá para consolidar a trajectória de construção de uma parceria estratégica que ampliará as relações de amizade e cooperação económica entre nossos países, Angola e os Estados Unidos da América. Vamos recebê-lo de mãos abertas, com a hospitalidade que caracteriza os angolanos”, sublinhou.
Mais oportunidades
Avançou que a visita de Biden vai abrir maiores oportunidades de negócio para os investidores angolanos e americanos, constituir um ganho para a economia angolana, vai estimular o surgimento de parcerias, contribuir para o aumento da produção nacional e das exportações, promover o turismo, abrir portas para a entrada no mercado americano e facilitar a inserção da economia angolana na economia mundial.
Fez saber que, à margem desta importante visita, será realizada em Luanda uma cimeira sobre o Corredor do Lobito, com a participação do Presidente Joe Biden, dos Chefes de Estado da RDC, da Zâmbia, da Tanzânia e de outras importantes personalidades, e que, em meados do próximo ano, terá lugar em Luanda a Cimeira de Negócios Estados Unidos da América-África, que vai reunir políticos, empresários, banca, investidores e académicos dos Estados Unidos da América e do continente africano.
“O partido deve encorajar esta dinâmica de abertura do país ao mundo, sobretudo ao mundo dos negócios, para fazer jus à nossa opção pela economia de mercado, no quadro do Estado Democrático de Direito que está em permanente construção”, avançou.
Independência Nacional
Para celebrar os cinquenta anos de Independência Nacional, o Executivo angolano vai aprovar, nos próximos dias, o amplo programa das comemorações destes 50 anos da Independência, festa nacional que decorrerá ao longo do ano de 2025, com um conjunto de actividades políticas, culturais, recreativas, desportivas, feiras e exposições, inaugurações de infra-estruturas e empreendimentos económicos e sociais, tendo o seu ponto mais alto no mês de Novembro.
João Lourenço lamentou o facto de alguns dos grandes filhos da pátria já não poderem participar daquela importante ocasião da história do país. “Acabamos de perder, há dias, um desses grandes filhos de Angola, que foi a enterrar terça-feira, figura de grande prestígio, reserva moral da nossa sociedade, Dom Alexandre Cardeal do Nascimento”, lamentou, pedindo um minuto de silêncio em sua memória.
João Lourenço garantiu que o Executivo continua empenhado em criar um bom ambiente de negócios, promover o sector privado da economia, atrair investimento privado estrangeiro, diversificar a economia, aumentar a oferta de bens e serviços de produção nacional, aumentar as exportações, criar o maior número possível de postos de trabalho e investir cada vez mais no sector social, na educação, na saúde, na formação profissional, na oferta de água, energia e habitação social.