A celebração eucarística exequial da última homenagem a Dom Alexandre Cardeal do Nascimento, Arcebispo-emérito de Luanda, foi prestigiada pelo Presidente da República, João Lourenço, e por fiéis católicos provenientes de todo o país e de outras partes do mundo, bem como fiéis de outras denominações religiosas.
O Presidente da República, João Lourenço, assistiu à missa de corpo presente que decorreu ontem na Igreja Sagrada Família, ladeado pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, e por outros membros do Executivo, assim como de outros poderes instituídos, que expressaram no livro de condolências a grandeza da figura de Dom Alexandre do Nascimento.
Durante a missa de corpo presente, que durou cerca de quatro horas, foram lidas mensagens de condolências de várias partes do mundo, com destaque para a do Papa Francisco, da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST), entre outras.
Políticos e comunidade internacional enaltecem figura de dom Alexandre
O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, disse que Dom Alexandre do Nascimento foi um grande diplomata que conseguiu, através do seu próprio empenho, elevar o nome de Angola na arena internacional, defendendo causas justas dos limites e liberdade, causas de desenvolvimento e de paz.
A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, considerou o Cardeal Dom Alexandre do Nascimento um líder espiritual de grande dimensão, um insigne patriota, um construtor de pontes, promotor da paz, do perdão e da reconciliação nacional, que deixa um valioso legado que constitui um tesouro para as novas gerações.
O governador da província de Luanda, Manuel Homem, referiu que a morte de Dom Alexandre deixa um pesar enorme, mas também lições de resiliência e de ensinamentos.
“É um homem que se dedicou à paz para o nosso país, dedicou-se à união das famílias, e, naturalmente, neste momento, estamos todos consternados, porém levaremos a sua mensagem e a sua obra para as futuras gerações, para que possamos compreender que a unidade, a irmandade e a união entre os povos foram desígnios que o Cardeal defendia e que a nossa sociedade deve continuar a merecer”, ressaltou.
Para a secretária-geral da OMA, Joana Tomás, Dom Alexandre do Nascimento é um pai na fé com quem partilhou momentos de fé e de esperança, e um nacionalista de quem ouviu histórias de Angola.
O embaixador de Portugal acreditado em Angola, Francisco Duarte, considerou Dom Alexandre do Nascimento uma grande figura pelo trabalho que fez em prol da reconciliação e da paz em Angola.
“Vim aqui prestar uma homenagem, em nome do Estado português, a essa grande figura que foi o Cardeal Dom Alexandre do Nascimento. De uma vida e um de percurso muito longo que se confunde com a própria história de Angola. Teve uma vida muito intensa de teólogo, de humanista e de homem de educação”, destacou.
Por sua vez, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, na nota de condolências, sublinhou as diversas dimensões da personalidade de Dom Alexandre Cardeal do Nascimento na Igreja, assim como na sociedade.
“Ao longo da sua vida, Dom Alexandre teve um papel importante em momentos marcantes da nossa história, sendo reconhecido pela sua dedicação às causas que abraçou. O seu legado de serviço e compromisso enquanto pastor e professor permanecerá vivo entre nós”, lê-se na nota.
Depois da missa de corpo presente que esteve velado desde segunda-feira na Igreja Sagrada Família, os fiéis caminharam em marcha lenta para acompanhar os restos mortais do Cardeal Dom Alexandre do Nascimento até à Sé Catedral, sua última morada.
Antes, ainda no interior da igreja, o Presidente da República fez a deposição de uma coroa de flores, tendo a posterior estendido cumprimentos de pesar à família do finado prelado.