Segundo a porta-voz do evento, Helena Dias, o objectivo da marcha foi o de combater práticas de abusos sexuais contra menores, bem como a exploração infantil no trabalho. No lar, estava posicionada uma equipa multidisciplinar, composta por psicólogos, sociólogos, juristas e responsáveis do Instituto Nacional da Criança (INAC).
Estes especialistas atenderam 30 crianças do sexo feminino, com idades compreendidas entre 6 e 13 anos, a quem distribuíram também folhetos e as incentivaram a denunciar casos de abuso sexual e de exploração no trabalho. Em relação ao nível de adesão de pessoas, a “Cruzada” teve a participação de 130 pessoas.
O desejo da organização, de acordo ainda com Helena Dias, é o de continuar com mais acções. Por sua vez, Conceição Kaposso, responsável do lar, destacou as principais necessidades enfrentadas pelas crianças e os desafios diários das mesmas, e apela à sensibilização de mais iniciativas de apoio.
No final da marcha, os visitantes da igreja Metodista Unida do- aram bens não perecíveis e distribuíram folhetos sobre a prevenção contra os abusos sexuais e como as crianças devem se prevenir e denunciar.
As crianças, por sua vez, em nota colectiva, agradeceram o gesto da igreja. A Igreja Metodista Unida reafirmou o compromisso com a protecção das crianças, com base no versículo bíblico de Mateus 19: 14, segundo o qual “Deixai os pequeninos, e não os impeçais de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus”.
A marcha teve como propósito não apenas conscientizar a sociedade sobre abuso sexual, exploração de crianças para trabalho infantil, mas também encorajar acções colectivas para a protecção da criança, incentivando- as a denunciar.
Em Angola, de acordo com o INAC, o abuso sexual e a exploração infantil continuam a ser problemas graves, afectando o desenvolvimento e o bem-estar da criança. Estes fenómenos, segundo ainda o INAC, comprometem o futuro das crianças e violam direitos funda- mentais, como o acesso à educação e ambiente saudável.
O Instituto Nacional da Criança regista, em média, cerca de 300 denúncias de abuso sexual contra menores por mês. Em relação ao trabalho infantil em Angola, segundo especialistas, a pobreza está na origem das cerca de 2 mil denúncias de trabalho infantil registados, por exemplo, em 2023, por via da linha SOS-Criança, com destaque para as províncias do Bié, Lunda-Sul, Luanda e Zaire.
POR:José Zangui