O delegado provincial do Ministério do Interior em Cabinda, Francisco Notícia, considerou serem boas as relações de cooperação entre os diversos órgãos da polícia de Angola e da RDC ao longo da fronteira comum entre Cabinda e o país vizinho.
Para Francisco Notícia, as boas relações caracterizam-se nos encontros periódicos realizados entre os chefes de postos dos dois lados para harmonizar as operações na fronteira.
“Ao mais alto nível, quer do governo quer das forças de defesa e segurança também, periodicamente, temos feito encontros para tratarmos as questões relacionadas à segurança na fronteira”, frisou.
O comissário Francisco Notícia, que é igualmente comandante provincial da PN em Cabinda, efectuou, na sexta-feira, uma visita de avaliação à zona sul da província de Cabinda, na fronteira com a República Democrática do Congo.
A visita incidiu nos postos e destacamentos fronteiriços de Tende quele, Yema e Yabi, onde o responsável da PN recebeu informações detalhadas sobre o estado de segurança e a cooperação com as autoridades congolesas.
Durante a visita, foi constatada a redução significativa de crimes transfronteiriços, tais como o contrabando de produtos petrolíferos e as violações de fronteira. “Essa melhoria é atribuída às medidas implementadas pela 1.ª Unidade Territorial da Polícia de Guarda Fronteiras (PGF) que têm reforçado a segurança e a ordem no perímetro fronteiriço da província”, reconheceu a nossa fonte.
Em declarações à imprensa, Francisco Notícia considerou de satisfatório o cumprimento das orientações do Comando Geral da PNA nos postos e destacamentos visitados e destacou o empenho dos efetivos da PG no combate às infracções ao longo da fronteira.
“Aproveitamos para enaltecer o trabalho dos operacionais da Polícia de Guarda Fronteiras pelos resultados alcançados no combate ao contrabando de combustíveis e na redução dos níveis de violações de fronteira com a RDC, bem como de outros crimes transfronteiriços, respondendo, assim, às preocupações do Executivo”, enfatizou.
O comandante Notícia apelou à população para colaborar com os órgãos do Ministério do Interior no combate ao contrabando de combustíveis, imigração ilegal e outros crimes que afectam a região.
“A polícia só vai fazer o seu trabalho se a população participar. Por isso, apelamos à população para denunciar, já que o maior número de crimes ocorre nos bairros, tais como o contrabando de combustível e as famosas burlas que nos preocupam bastante.
Mais efectivos
A província de Cabinda partilha uma fronteira de cerca de 524 quilómetros com os países vizinhos, sendo a norte e nordeste com a República do Congo Brazzaville e nas faixas leste e sul com a RDC, esta última com maior extensão de fronteira, e a oeste banhada pelo oceânico Atlântico.
Grande parte da fronteira é desguarnecida, o que tem facilitado o registo de infracções, requerendo, com isso, o aumento de mais efectivos ao nível da província. “Como a fronteira é muito vasta, precisamos de mais efectivos”, reconheceu o comissário Notícia, acrescentando que é da responsabilidade dos órgãos afins velar pelo asseguramento das fronteiras.
“Temos também que fiscalizar, tendo em conta as disposições que recebemos a nível superior e ver se a nível dos postos as medi- das estão a ser cumpridas.”
Sobre a suspensão
O comandante da PN em Cabinda, Francisco Notícia, foi questionado pelos jornalistas sobre a informação que circula nas redes sociais da sua suspensão pelo MININT, por desvio de fundos das multas de viação de trânsito.
O comandante, que se mostrou sereno sobre o assunto, disse não se preocupar com a situação e de que não tinha nada para abordar sobre a questão. “Não temos nenhum comentário a fazer a respeito. Já ouvimos muita gente a falar sobre isso (…). Na devida altura, vamos tomar alguma decisão”, afirmou.
POR:Alberto Coelho, em Cabinda