O porta-voz procedeu, em Benguela, a um balanço das negociações com a PGR, momento aproveitado para esclarecer aos filiados toda situação à volta do processo reivindicativo junto da direcção da Procuradoria-Geral da República.
Nos últimos tempos, o sindicato tem sido pressionado pelos seus filiados, daí estar a ponderar, em caso de incumprimento, avançar mesmo com uma paralisação.
O sindicato afirma que as negociações não têm andado como, inicial- mente, previstas, porquanto não se tem vislumbrado alguma cedência por parte da PGR, “por (essa) pensar que é um favor, quando negociar com parceiro é um imperativo legal.
É como em casa. Por mais que está desavindo com a esposa, há situações que não se põem em causa”, ilustra o sindicalista. João Neto garante que não existe, por enquanto, uma data pré-definida para se avançar com uma greve, conforme desejo de muitos funcionários administrativos, mas assegura que, até ao final deste mês de Outubro, vão tomar uma posição face à falta de resposta às reivindicações contidas num caderno reivindicativo em posse daquele órgão do Ministério Público.
“Por conta do desrespeito, particularmente, nós remetemos um documento, e este pedia mais ou menos o bom senso de sua excelência procurador-geral que nos dissesse em que pé está a situação”, ressalta, lamentando o facto de Hélder Pitta Gróz, até à presente data, não se ter dignado a responder.
“Nós vamos continuar”, garante, ao apontar, de entre outras, o cumprimento regular das promoções, que a lei estabelece que seja feita de três em três anos, necessidade de aprovação de um estatuto remuneratório como principais reivindicações.
“O país nunca teve um estatuto remuneratório. Nós ganhamos por uma questão de equiparação com o tribunal. Precisamos que nos paguem subsídios em atraso. Dez anos de subsídios em atraso. Precisamos que aprovem o regime jurídico”, reivindica o sindicalista.
Negociação Independente de o país dispor ou não de condições financeiras e, por conseguinte, a PGR estar ou não capaz para atender às reivindicações, o porta-voz do Sindicato Nacional dos Técnicos de Justiça e Administrativos da PGR gostaria de ter alguma flexibilidade da procurado ria tendente a estabelecer negociações, de modo que se processe essa ou aquela cedência.
Essa falta de definição deixa a sua entidade sindical numa posição bastante complicada junto de filiados que, volta- e-meia, vão exigindo uma posição mais firme. “Isso é o que o pessoal, às vezes, não andam para acompanhar o quê que é que criar harmonia e viver na diferença. Nós vivemos sob impulso.
Para quem um dia se candidatou e prometeu aos outros que, ‘olha, estou para te representar’, está com a cabeça virada para os filiados. Olha, é tanta pressão que o pessoal não tem noção. Nós, às vezes, é que ajudamos a própria direcção da PGR”, considera, ao considerar que há muita “injustiça na Justiça”.
Contraditório sem sucesso Este jornal não foi bem-sucedido ao ter tentado contactar o porta- voz da Procuradoria-Geral da República, Álvaro João. Até à altura em que escrevíamos esta peça, o contacto telefónico encontrava-se indisponível.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela