O encontro realizado na primeira semana de cada mês pela Associação Angolana de Teatro (AAT) vai ter como prelectores o docente da Faculdade de Artes, director e encenador Pinto Nsimba, o historiador Jósias Satumbo e o escritor e jurista Mabanza Kambaca.
Tony Frampénio, presidente da AAT, disse que ao levar este tema para análise almeja-se passar uma mensagem de valorização da actividade artística, para que cumpra com o seu papel social, contribuindo no resgate das virtudes e da cidadania.
O também encenador e escritor observa que um dos motivos que incita à pouca audiência nos eventos teatrais ser o não cumprimento dos pressupostos artísticos, que é o papel social da arte, propriamente a educação e o lazer.
No caso específico da crítica teatral, disse, precisa-se criar um discurso valorativo, de modo a permitir que as pessoas possam consumir as várias produções e perceber a real intenção daquilo que se pretende transmitir através das peças teatrais.
Deste modo, acha prudente a reflexão em torno do tema, para alertar, primeiro, os fazedores do teatro, sobre o papel social da arte, depois, o público, sobre a importância das artes.
“E se não haver crítica, muitas vezes a arte, ao invés de cumprir com o papel social, valorativo, de virtudes, de resgate, de cidadania, estará muitas vezes sem a crítica, a desvirtuar a sociedade com temas não abonatórios, com encenações, com performances em cena, que muitas vezes até fere a sensibilidade do público”, sublinhou.
O projecto realizado no âmbito dos três principais eixos da AAT, que norteiam o plano de acção, que é a institucionalização e a formação dos artistas de teatro, bem como a massificação da actividade teatral, é realizado nas várias províncias do país, pelos núcleos organizados, em diferentes datas.
Frampénio referiu que, na 1ª edição dissertam sobre a Produção Teatral, enquanto na 2ª a Escrita para Teatro e a Relação do Teatro com a Literatura. Agora com a presente abordagem, considera, de igual modo, essencial para o desenvolvimento artístico ao nível da classe.
Participantes nos encontros
Tony Frampénio avançou que o projecto tem sido muito bem recebido, com a participação de várias entidades governamentais e outras ligadas ao teatro, à cultural, de modo geral, que deram/dão o seu contributo nestes encontros.
Os encontros, disse, têm permitido o diálogo no seio da classe artística, um espaço de consulta, muitas vezes de sinergia, onde encontram metodologias de desenvolvimento da actividade teatral.
“Então, digamos que o projecto tem sido muito bem recebido, o impacto é positivo. Temos estado a ver, já agora, na 3ª edição, com uma grande mudança de postura dos associados e da classe do teatro.
As abordagens são diferenciadas, pelo menos para aqueles que participam no encontro”, descreveu. Para a avaliação dos resultados, que poderá ser feita depois de um ano de realizações, disse que vai cingir-se na elaboração de um documento que vai resultar da auscultação dos participantes nas várias edições, para assim constatar os passos necessários para melhor direccionar o projecto.
“Vamos procurar saber que fomos assertivos, onde é que as pessoas acham que devemos melhorar ou não, se está tudo muito certo, se as pessoas têm estado a receber, a compreender a dinâmica do projecto ou não. Lembrar que o projecto é de âmbito nacional, não acontece apenas em Luanda, é de forma simultânea em todo o país”, explicou.