O Executivo e a Igreja querem trabalhar em conjunto para a resolução dos vários problemas que ainda enfermam a sociedade angolana
No âmbito da parceria existente entre o Governo angolano e a Igreja, a Vice-presidente da República, Esperança da Costa, recebeu, ontem, em audiência alguns representantes religiosos com quem abordou diversas questões da vida social, bem como a busca de soluções para dirimir os principais problemas que afligem as comunidades angolanas.
A Vice-presidente da República ouviu as preocupações trazidas pelos representantes do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA) e do Conselho de Igrejas de Reavivamento de Angola (CIRA).
No final do encontro, o secretário-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola, reverendo Vladimiro Agostinho, disse que abordou com a Vice-presidente da República questões ligadas à avaliação participativa da pobreza, referente às províncias de Benguela, Zaire e Cuanza-Sul, onde o CICA tem já esta- do a realizar trabalhos só do género.
“Nós gostaríamos de continuar a identificar os maiores problemas ligados à área da educação, saúde e saneamento básico de forma a apresentamos os relatórios de tempo em tempo, para que o Governo possa olhar e melhorar a situação dessas populações”, disse.
O responsável religioso reconheceu que a igreja, enquanto parceira do Governo precisa trabalhar com a comunidade e ajudar o Executivo a identificar os problemas que as comunidades enfrentam.
Degradação moral
A degradação moral da sociedade é outra questão que preocupa a igreja, segundo o reverendo, onde destaca a vandalização de bens públicos, o desrespeito aos pais e aos líderes, o mau uso das redes sociais, entre outros, apelando ao trabalho conjunto para o resgate dos valores morais na sociedade.
O censo geral da população que se avizinha foi também aborda- do no encontro com a Vice-presidente.
O reverendo fez saber que a igreja tem mobilizado os fiéis, no sentido de colaborar na facilitação dos agentes recenseadores. “A igreja tem estado a mobilizar os fiéis para que todos possam aderir ao censo.
Nós sabemos que o censo é bíblico, é Deus quem orienta o primeiro censo antes do povo de Israel sair da terra prometida, por isso a igreja coloca-se na linha da frente para a mobilização dos fiéis”, avançou.
Educação inclusiva
A educação especial para crianças com necessidades especiais também foi outra preocupação apresentada à Vice-presidente da República.
O reverendo disse que as crianças com necessidades especiais precisam de ser incluídas no sistema de ensino, visto que as instituições privadas vocacionadas a tratar alguns distúrbios, como o autismo, têm cobrado preços muitíssimo elevados, e o CICA sugere ao Governo a implementação de políticas que atendam as crianças com necessidades especiais.
A educação para as crianças de rua e o resgate de pessoas envolvidas em práticas de prostituição e delinquência, foi outro assunto defendido pelo representante do CICA.
“Nós saímos satisfeitos porque algumas preocupações que nós colocamos à Sua Excelência Vice-presidente da República, fez- nos saber que existem políticas que estão a ser já direccionadas nestas áreas”, sublinhou.
Por sua vez, o presidente do Conselho de Igrejas de Reavivamento de Angola (CIRA), Reverendo Nzuzi António, recebido também em audiência pela Vice- presidente da República, fez saber que abordou com a Vice-presidente da República questões ligadas à agricultura, educação e saúde dos angolanos.
A violência contra a criança bem como o respeito aos seus direitos e a formação da mulher, também estiveram em abordagem com a Vice-presidente da República.
Representação na diáspora
Dom Bernardo João Ngunza, Bispo angolano da Igreja Metodista Episcopal Africana, eleito, consagrado e nomeado nos Estados Unidos da América, apresentou-se, ontem, à Vice-presidente da República.
Eleito 112º Bispo Metodista Episcopal Africano no dia 27 de Julho do ano em curso, Dom Bernardo Ngunza tem representado a SADC e as preocupações de Angola nos Estados Unidos da América.
“Para nós, a educação é a primeira coisa. Angola precisa de estar constantemente representada nos EUA. Portanto, a minha primeira preocupação é educar os jovens, porque depois da minha saída, eu desejo que Angola se mantenha com mais Bispos lá a representarem a SADC”, disse.
Cuidar da educação e do lado espiritual de todos os países membros da SADC, consta também das suas responsabilidades, enquanto Bispo eleito.