A CARE Internacional emitiu um alerta sobre uma possível crise humanitária em Angola, no entanto, o Executivo continua a investir na diversificação económica com apoio do Banco Mundial, com um montante avaliado em 300 milhões de dólares
A organização interna- cional CARE emitiu um alerta sobre uma possível crise humanitária em Angola, ressaltando que o país enfrentou, em 2023, a pior seca dos últimos 40 anos, que afectou cerca de 4 milhões de pessoas, sobretudo na região sul, o que agravou ainda mais a insegurança alimentar
Segundo a organização, este cenário alerta sobre a urgência de acções que promovam não apenas o desenvolvimento económico, mas também respondam às necessidades imediatas da população.
Em meio a este contexto, o Executivo angolano, com o apoio do Banco Mundial, está a levar a cabo um amplo programa de investimentos públicos, avaliado em 300 milhões de dólares, que visa acelerar a diversificação económica do país.
O montante, segundo o secretário de Estado para o Investimento Público, será canalizado para fomentar parcerias público-privadas, fortalecer peque- nas e médias empresas — mais a mais àquelas lideradas por mulheres —, e aprimorar a infra-estrutura logística, com foco no desenvolvimento do Corredor do Lobito.
Conforme o governante, o projecto destina 40 milhões de dólares para impulsionar a produção local e 130 milhões de dólares para o desenvolvimento do Corredor do Lobito, uma infra-estrutura crucial para a logística e exportações do país.
Outros 130 milhões de dólares serão alocados em projectos que visam fortalecer as capacidades das empresas lideradas por mulheres, incluindo a oferta de garantias de crédito.
Apesar destes investimentos, os desafios são ainda significativos, considera a CARE, que refere que a crise no transporte público, particularmente ao longo do Corredor do Lobito, continua a impactar negativamente o quotidiano da população.
A organização avança que a escassez de comboios de passageiros força muitos angolanos a pernoitarem nas estações para garantir os bilhetes, viajar em condições superlotadas que põem em risco a sua segurança.
Embora reconheça que os esforços do Executivo angolano para diversificar a economia e melhorar as infra-estruturas sejam passos importantes para o desenvolvimento, avança que há uma preocupação crescente sobre a eficácia dessas iniciativas em melhorar as condições de vida das populações mais vulneráveis.