Há 15 anos que chegou a Angola. Na altura, o país ainda vivia o processo de reconstrução nacional, onde a empresa em que ainda está ligada também participou na edificação de várias infra-estruturas. Hoje, a empresária chinesa Linda Liu é uma das principais executivas de topo do Grupo HS, onde é vice-presidente, função semelhante a que exerce na Câmara de Comércio Angola-China. A nossa interlocutora, igualmente uma das responsáveis da Broima, a entidade por trás da construção de conhecidos condomínios da capital, narra, nesta conversa, a sua experiência em Angola, os investimentos em curso, os principais entraves e o ambiente de negócios. Não deixou de comentar sobre as razões que levaram com que fosse distinguida como uma das 100 mulheres mais influentes em solo angolano
Foi eleita, recentemente, uma das 100 mulheres mais influentes em Angola. O que isso representa?
Estou em Angola há mais de 15 anos. Sempre trabalhei no grupo HS. Actualmente, sou vice-presidente do grupo e também vice-presidente da Câmara de Comércio Angola-China. Acompanhei todo o desenvolvimento em Angola, a partir do ano de 2009 até hoje. Vi também muitos empresários chineses a investirem aqui em Angola. Mas esse caminho não é tão fácil. Nos primeiros anos que os chineses entraram aqui, a maior parte estava no sector da construção, para participar na reconstrução.
Depois, houve a crise económica. Mesmo Angola mudou a sua estratégia de desenvolvimento. Não depende só do sector petrolífero e está a fazer a diversificação económica. Os empresários chineses também aproveitaram esta oportunidade e começaram a trabalhar noutros sectores, como a agricultura, indústria e comércio, serviços, pescas e logística. Nós ajudamos bastante o desenvolvimento do país.
O que sabia sobre Angola antes de ter vindo?
Realmente, em 2006, comecei a ter informação. Antes trabalhei num grupo chinês forte no sector do turismo. Fui enviada como representante do grupo no Brasil. Estudei na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na altura, já tinha alguns colegas chineses que falavam para terminar o curso e trabalhar em Angola. Mas as informações que receberia eram muito limitadas.