José Mena Abrantes, Marisa Júlio e Pires Diafragma são os convidados para abordar sobre a “Escrita para o Teatro”, em encontro que pretende reunir a classe hoje, às 16h00, no auditório do grupo Horizonte Njinga Mbandi, promovido pela Associação Angolana de Teatro (AAT)
Enquadrado no Projecto Nação Teatro, que vai na II edição, espera-se a participação de todos os envolvidos nesta arte secular e não só, para melhor percepção do que vai ser apresentado, com a possibilidade de manterem conversa com os prelectores.
Expectante, o presidente da associação, Tony Frampénio, disse que pretendem analisar o tema junto da classe, para que se possa continuar a entreter e suavizar o dia-a-dia dos cidadãos com a ficção de boas histórias, conforme o desígnio do projecto.
Para o também encenador e escritor, além da representação da realidade, esta arte secular deve discutir, formular, ou reformular valores filosóficos ou axiológicos de uma cultura e do universo. Deste modo, justifica a presença dos convidados, com realce para José Mena Abrantes que, além de já ter esgotado este assunto em seus livros e exemplos práticos nas suas encenações, aceitou, como muitas outras vezes, partilhar o seu conhecimento.
“Com a permissão de todos e respeito aos demais convidados, destacamos a figura de José Mena Abrantes. Os convidados são individualidades que dominam o assunto. Eles vão ajudar-nos a compreender este processo parcialmente literário e parcialmente performance”, explicou.
O projecto, lançado em Julho do corrente ano, com a realização da I edição, possui um histórico em Luanda, onde, durante algum tempo, nos finais da década de 90, realizavam encontros de crítica e de formação dos grupos e artistas no Teatro Avenida. Por forma a dar sequência aos vários encontros com os membros da classe, criou-se o Nação Teatro, com os mesmos objectivos.
O projecto é desenvolvido em todas as províncias através das comissões instaladoras, onde é analisado o mesmo tema, com outros especialistas, disse, para que seja difundido massivamente a temática em abordagem.
“Acreditamos que encontraremos também um denominador comum para a compreensão deste fenómeno, mas, acima de tudo, para a resolução de um problema fundamental no nosso teatro: a ficção. Pensamos nós que há um desencanto com a realidade dura e asfixiante no seio da população”, descreveu.
Abordagem anterior
Na edição anterior, dissertou-se o tema ‘‘Produção Teatral: desafios e perspectivas’’, com contribuições de Osvaldo Moreira, Sofia Buco e Adão Filipe. Os mesmos destacaram aspectos em torno da existência e da interpretação das políticas públicas voltadas às artes; o papel do Ministério da Cultura nas vestes de órgão de tutela; a Responsabilidade Social das grandes empresas; e a inexistência de apoios para o Teatro versus a ousadia de quem produz teatro em Angola.
Frampénio referiu que, tendo em conta que a produção teatral é um assunto, além de artístico, de dimensão económica e política, compreendeu-se haver a necessidade da institucionalização da actividade, que é um dos eixos de actuação da direcção da Associação Angolana de Teatro.