A completar 30 anos de existência, a Rede Angolana de Organizações de Serviço de Sida (ANASO) ainda se debate com a falta de medicamentos, preservativos, reagentes e testes de HIV . Outra preocupação é o facto de a instituição ainda não ter um estatuto de instituição pública
O presidente da ANASO, António Coelho, afirmou que nestes 30 anos de existência levaram às comunidades informações sobre as medidas de prevenção e combate à doença, que ajudou bastante na prevenção e redução do estigma.
António Coelho referiu que a sua organização está preocupada porque, apesar de já se terem passados 30 anos, ainda se debatem com a problemática da falta de medicamentos, antirretrovirais, preservativos, reagentes e testes.
“O que nos conforta é que as pessoas vivendo com o VIH já têm mecanismos de defesa que lhes permite lidar positivamente com a situação e a doença. Por outra, gostaríamos de estar numa situação melhor, no que se refere ao estatuto da ANASO, isto porque até ao momento ainda não é considerada uma instituição pública”, frisou António Coelho.
Por não ser ainda uma instituição pública, tem estado a comprometer a sustentabilidade da organização, do ponto de vista dos caminhos que têm estado a percorrer para garantir a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos nacionais, sobretudo na luta pela vida.
A direcção da ANASO sente que pode considerar um ganho o facto de se juntarem na luta contra a sida personalidades públicas, tendo em conta que, no princípio, a patologia era considerada uma preocupação de um determinado grupo, pelo que não deve ser assim, segunda esta direcção.
Pelo facto, António Coelho apelou à sociedade que continue a olhar para a sua instituição com os olhos de ver, a apoiá-la, para que possa desenvolver o seu objecto social a que se propõe, que é o de ajudar o país na luta contra o Sida.
Reconhece que o Estado tem dado o seu contributo no âmbito da resposta em relação à oferta de medicamentos, construção de unidades sanitárias, porém, a questão da humanização na saúde, ou sobretudo para a disponibilidade de medicamentos, ainda não está bem, tendo em conta que ainda existe ruptura.
Por este motivo, à margem da gala de homenagem dos pilares da luta contra o Sida a nível do país, o Presidente da República também foi distinguido, com intuito de continuar a fazer a diferença, com maior realce à questão da prevenção, considerando que a ANASO já está a fazer caminho na medicação hospitalar.
“A homenagem vai despertar os interesses do PR e toda a sua equipa, e o país vai continuar a apostar em acções de luta contra o Sida. Pretendemos ter uma sociedade saudável e sabemos que não se faz apenas com construção de hospitais, mas sobretudo com a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, isto se resume no acesso aos cuidados primários de saúde, através de acções de prevenção, de modo a levar cada vez mais conhecimento às comunidades”, sublinha.