O novo administrador municipal do lobito assegura ter sido feito um diagnóstico dos principais problemas da região e, por conta disso, espera estar à altura dos desafios. Nato do lobito e antigo funcionário da Administração local, Carlos pacatolo manifestou-se, momentos depois de ter sido investido no cargo pelo governador de Benguela, no Museu Nacional de Arqueologia, quarta-feira, 28, consciente dos problemas da casa
O novo administrador municipal do Lobito, Carlos Pacatolo, refere que a população local pode esperar dele trabalho, dedicação, empenho e proximidade na relação do dia-a-dia, advertindo, pois, que não é “detentor de nenhuma varinha mágica”, mas dispõe apenas de forças e, por isso, garante que se vai mover pelo amor que nutre pela terra.
Pacatolo não definiu como tal uma área para começar já atacar – remetendo-se para aquelas elencadas pelo governador provincial de Benguela, designadamente saneamento, energia e água – mas salientou que vai privilegiar, acima de tudo, o diálogo com todas as franjas sociais, de modo que, de forma gradual, se melhorem as condições de vida das pessoas de acordo com os recursos financeiros à disposição.
“Para o desempenho da nossa acção. Vamos começar a reunir com os de casa e depois vamos reunir com as autoridades tradicionais”, diz o governante, que quer andar de mãos dadas com os académicos e religiosos no Lobito, de modo a debelar grande parte os problemas que apoquentam o município do Lobito.
Com a indicação de Carlos Pacatolo para o cargo de administrador, gerou-se, em Benguela, uma onda de especulação, por parte de alguns segmentos sociais, de que a academia tinha perdido para a política um grande homem.
O também investigador desvaloriza tais preocupações, argumentando que não há, até aonde vai o seu conhecimento, incompatibilidade entre a academia e as funções que agora assume. “Há um grande santo da Igreja (Católica) que diz que ‘nada se perde e tudo se transforma’.
Então, me parece que é uma leitura apressada, uma leitura algo precipitada, na medida em que não vou deixar de poder contribuir, como tenho feito, para o crescimento da ciência, para o crescimento da investigação”, assegura, ao admitir que, em alguns assuntos, por dever de lealdade, à luz das responsabilidades assumidas, terá mais cautela ao fazê-lo.
“Terá mais reflexão, antes de poder tomar decisão de me pronunciar sobre determinadas matérias e antes de tomar a decisão de publicar certas matérias”, sustenta.
Ele diz ter aceitado um compromisso que demanda de si lealdade, lembrando que, do ponto de vista académico, se trabalha com honestidade científica e não lhe parece que haja incompatibilidade entre “ser leal e ser honesto. Assim é uma complementaridade”.
Nunes justifica atraso na indicação de administrador Numa alusão à justificação da razão de o Lobito ter ficado durante dois meses sem administrador, o governador provincial de Benguela, Luís Nunes, revela ter tido dificuldades na escolha de um timoneiro para o Lobito, a julgar pelas suas especificidades económicas e sociais.
O governante, que ressaltou as potencialidades da região, adverte ao novo homem da também conhecida “sala de visitas de Angola” que privilegie, de entre outras áreas, o saneamento básico, energia eléctrica e água.
“A nomeação para o cargo de administrador de um município não é uma decisão de ser toma- da de ânimo leve. A responsabilidade que se impõe no exercício deste cargo é imensa, e é fundamental que qualquer escolha feita seja realizada com a máxima atenção”, justificou o número ‘um’ de Benguela, momentos depois de ter conferido posse a Carlos Pacatolo nas funções de administrador da cidade ferro-portuária do Lobito.
Nunes diz que o processo de indicação foi marcado por uma profunda reflexão e análise de sua parte, por entender que, qualquer decisão apressada, comprometeria a eficácia na administração e, por conseguinte, a realização exequível das políticas públicas naquela região estratégica para o país, em geral, e para a província, em particular.
Nunes lembra, pois, que “Lobito é porto, é industrialização, é comércio, é biodiversidade, é turismo de excelência.
O Lobito é futuro”. Apesar de inúmeras intervenções emergenciais efectuadas e em execução – queixou- se o governante – regista-se ainda uma série de preocupações transversais aos diferentes sectores, especialmente no que respeita ao saneamento básico, “crescimento desordenado, insuficiência de salas de aula, assistência médica e medicamentosa, distribuição de energia e água potável a determinadas localidades, de entre outros muitos constrangimentos”, elenca.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela