O departamento de Artes e Acção Cultural do Zaire refere ainda que estas igrejas ameaçavam a estabilidade das famílias locais, com crenças violentas em que submetiam à tortura física e emocional as crianças acusadas de feitiçaria
Mais de 15 denominações religiosas de origens e influências da vizinha República Democrática do Congo (RDC) foram encerradas na cidade de Mbanza Kongo, província do Zaire, deu a conhecer, ao jornal OPAÍS, José Manuel Álvaro, chefe de departamento de Artes e Acção Cultura local.
Segundo o responsável, o desrespeito aos valores culturais e ameaças ao turismo cultural na região de Mbanza Congo, que é o património mundial e imaterial da humanidade, estiveram na base do enceramento destas igrejas.
De acordo com José Manuel Álvaro, estas igrejas ameaçavam ainda a estabilidade das famílias lo- cais, com crenças violentas em que submetiam à tortura física e emocional as crianças acusadas de feitiçaria.
Face à problemática e à inversão dos valores daquilo que são as normas, procedimentos e modo de vida das populações da cidade de Mbanza Kongo, o Serviço de Investigação Criminal (SIC), o Instituto Religioso de Angola e o departamento de Artes e Acção Cultura local procederam ao encerramento destas instituições religiosas.
“Foi um trabalho conjunto entre todas as forças, porque estas igrejas estavam a inverter aquilo que são os nossos valores culturais e patrimoniais”, apontou.
Acções combinadas
Outrossim, o chefe de departamento de Artes e Acção Cultura local explicou que, pela forma como actuavam, estas igrejas trabalhavam em combinação com os próprios angolanos.
É só ver a forma como elas actuavam. Muitas delas sem nenhum tipo de documentação. Algumas só foram descobertas em função da poluição sonora que praticavam”, notou.
Obras das Bibliotecas de Manza Kongo
Por outro lado, o chefe de departamento de Artes e Acção Cultura na província garantiu estarem a correr a bom ritmo as obras de requalificação da biblioteca de Manza Kongo, iniciada há seis meses.
José Manuel Álvaro reconheceu os constrangimentos causados por essa paralisação, sobretudo no segmento da pesquisa, mas, frisou, os constrangimentos de hoje vão se traduzir no benefício do futuro.
“Estamos a acompanhar as obras e, pelo seu andamento, temos a certeza que o mais breve possível ela estará à disposição do público”, assegurou.