Brasil, Portugal, Bélgica, França, Itália, Republica Democrática do Congo e Congo Brazzaville constam da lista de países para aonde foram levados parte do acervo histórico do Reino do Congo e que já se mostraram disponíveis a entregar, no entanto, o Museu Regional do Reino do Congo não dispõe de condições para receber o conjunto de materiais dispersos
A recuperação de um conjunto de peças e acervo histórico do Reino do Congo, espalhados em várias partes do mundo, está condicionada à construção de um novo museu, disse, ao jornal OPAÍS, o director do Museu Regional do Reino do Congo, Avelino Mansueto.
De acordo com o responsável, Brasil, Portugal, Bélgica, França, Itália, Republica Democrática do Congo e Congo Brazzaville constam da lista de países aonde foram levados parte do acervo histórico do Reino do Congo.
Conforme explicou, os países citados já demonstraram interesse em devolver os materiais, mas, frisou, o actual Museu Regional do Reino do Congo não dispõe de condições para receber as peças.
Sem avançar o número exacto de peças a serem recuperadas, Avelino Mansueto disse que constam do acervo disperso pelo mundo roupas, objectos de uso pessoal e até obras literárias.
Afirmou que esse processo de recuperação está ligada ao âmbito da cooperação bilateral que Angola tem com esses países que já mostraram total interesse e disponibilidade em fazer chegar em solo nacional todo o material. Todavia, a falta de condições de conservação no Museu Regional do Congo constitui o principal impasse.
Neste momento, frisou, a unidade museológica está sem funcionários e sem condições para receber quaisquer materiais que vier de fora. “As peças já andam disponíveis.
A questão que eles colocam é a criação de condições. Temos de criar as condições para recuperarmos aquelas peças que andam dispersas”, explicou, acrescentando ainda que “há peças que requerem as melhores condições iguais àquelas a que estão expostas”.
Para Avelino Mansueto, não faz sentido resgatar uma peça que fora do país está bem conservada e trazê-la para cá para pô-la em condições difíceis. “Aqui também temos que ter boas condições, porque se não estaremos mal na fotografia”, apontou.
construção de um novo museu é a porta de solução Face à situação, Avelino Mansueto disse que a estratégia passa pela construção de um novo museu, cujo projecto já existe desde 2017, mas que teve de ser cancelado em 2019 devido à pandemia da Covid-19.
Porém, com a recente aprovação do estatuto orgânico do Museu Regional do Reino do Congo, Avelino Mansueto disse que o projecto vai retomar, pelo que, brevemente, as peças museológicas dispersas pelo mundo vão poder regressar a Angola.