A empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) investiu 8 mil milhões de kwanzas na desativação 400 PTs privativos que passaram para a rede pública. O processo, que deve terminar até ao fim deste ano, abrange apenas PTs, que licenciados para actividade empresarial, comercializam de forma ilegal energia a famílias nas periferias
Conforme o director Nacional de Comunicação, Imagem, Marketing e Relações Institucionais da ENDE, Lauro Fortunato, em declaração ao OPAÍS, os PTs privados são licenciados para actividade empresarial e não para vender energia, actividade exclusiva da ENDE e seus agentes.
Segundo Lauro Fortunato, o que se tem assistido é que os detentores de licenças para actividade empresarial também vendem energia aos moradores das periferias, o que é ilegal.
Agindo nesta conformidade, Lauro Fortunato disse que esses agentes privados se tornam concorrentes da ENDE, tendo justificado que, em obediência ao princípio do interesse público (não deixar as famílias sem energias), a ENDE tem estado a sensibilizar as empresas a abandonarem a prática, sob pena de lhes serem retiradas as licenças.
Por esta razão, justificou que a ENDE tem retirado os PTs às empresas de forma paulatina, nos bairros onde já chega a energia da rede pública. Para o efeito, o Porta-Voz da ENDE referiu que, desde 2018 à presente data (Agosto), a Empresa Pública de Distribuição de Energia investiu mais de 8 mil milhões de kwanzas no processo de substituição de PTs privativos para a rede pública.
60 mil famílias com luz privada em Luanda
Até 2018, segundo Lauro Fortunato, em Luanda estavam em funcionamento 500 PTs privativos. No ano passado, reduziu para 200 e, actualmente, existem 100 PTs que devem ser desactivados até ao fim do ano, salientando que são aquelas que vendem energia à comunidade e que não faz parte da licença empresarial.
Dados da ENDE indicam que, actualmente, 60 mil famílias ainda beneficiam da energia dos PTs, em Luanda, e a ENDE pretende criar condições até ao fim do ano para que entrem na rede pública. Por outro lado, sublinhou que, nas demais províncias, não se verifica a prática de comercialização ilegal de energia.
Lauro Fortunato disse que neste momento a província de Luanda precisa de 1 milhão de contadores para se avançar com a extensão da rede pública, material que vai sendo requisitado na medida das condições financeiras da empresa.
ENDE com dificuldades de cobrar dívidas
A dívida dos clientes da ENDE está avaliada em 270 mil milhões de kwanzas, entre os da média e baixa tensão, segundo o porta- voz da empresa. A província de Luanda aparece mais uma vez à frente das estatísticas, devendo mais de 50% do total dos 270 mil milhões.
“Há projectos em curso em todos os municípios, que visam resolver o problema das mais de 60 mil famílias que ainda são fornecidas energia por PTs privados”, acalmou o porta-voz da ENDE. Dados oficiais indicam que a taxa de electrificação do país é de 43%.
POR:José Zangui