As delegações ministeriais da República Democrática do Congo (RDC) e do Rwanda voltaram a reunir-se ontem, em Luanda, para continuar com as negociações sobre uma proposta de acordo de paz duradoura, apre- sentada pelo Presidente João Lourenço, enquanto mediador designado pela União Africana, no quadro das recentes visitas de trabalho a Kigali e Kinshasa
A proposta submetida às partes visa uma solução pacífica e negociada para o conflito que se agravou na região Leste da RDC desde o final de 2023. A 3.ª Sessão da Reunião Ministerial acontece no âmbito do Processo de Luanda, seguindo a entrada em vigor do cessar-fogo entre as partes, acordado no passado dia 4 deste mês, também mediado por Angola.
Neste contexto, o ministro angolano das Relações Exteriores, o embaixador Téte António, que preside a reunião, reiterou a importância do esforço colectivo dos Estados-membros da SADC a fim de garantir a paz e seguran-ça na região, destacando o conflito no Leste da RDC como um desafio que Angola enfrenta com optimismo.
O chefe da diplomacia angolana acredita que a cooperação entre as partes é essencial para o alcance de um acordo de paz definitivo.
As negociações em curso seguem as reuniões anteriores, incluindo a 2.ª Sessão da Reunião Ministerial realizada no passado mês de Julho, também mediada por Angola, e as consultas que resultaram da 1.ª Sessão, em Março deste ano.
Estas discussões decorrem após os encontros separados, realizados, recentemente, pelo Chefe de Estado angolano com Félix-Antoine Tshisekedi Tshilombo, Presidente da RDC, e Paul Kagame, Presidente do Rwanda.
Negociações a bom ritmo
Na última terça-feira, 20, os dois países beligerantes reafirmam o cumprimento do acordo de cessar-fogo.
A ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e Francofonia da RDC, Théresé Kayikwamba Wagner, e Olivier Jean Patrick Nduhungirehe, ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional da República do Rwanda, mostram- se optimistas quanto a um acordo que siga as linhas orientadoras propostas pelo Chefe de Estado angolano.
O acordo está a ser supervisionado pelo Mecanismo de Verificação Ad-Hoc, com o apoio de peritos de inteligência dos três países (Angola, Rwanda e RDC) e de outras entidades internacionais.