Mais de mil milhões de kwanzas é o valor arrecadado pelos associados da Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola (CCGSA) durante a 20.ª edição da Feira de Gado, que decorreu de 16 a 18 do mês em curso, na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, no âmbito das festas de Nossa Senhora do Monte
Um total de 550 cabeças de gado de diversas espécies, com destaque para os bovinos, caprinos, suínos e equinos, distribuídos em 88 lotes, estiveram expostos na 20.ª edição da Feira Agropecuária que decorreu no Complexo Turístico de Nossa Senhora do Monte.
Sob a égide da Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola e da Federação Nacional das Cooperativas de Pecuária de Angola (FENACOOPA), a feira contou com a participação de empresas nacionais (das províncias do Namibe, Huíla, Cunene, Cuanza-Sul, Bié e Luanda) e internacionais, das quais se destacam as vindas da África do Sul, Namíbia, Portugal, Brasil e França.
O porta-voz da feira, Víctor Panzo, disse que a edição deste ano superou as expectativas, não obstante a actual situação financeira que o mundo e o país atravessam na vida económica diária.
“Mais de mil milhões de kwanzas é o valor global do volume de negócios da 20.ª edição da Feira Agropecuária da Huíla, edição de 2024, o leilão de gado rendeu 151 milhões de kwanzas aos criadores nacionais.
Outrossim, as aves, caprinos, ovinos e equinos, completaram o quadro dos animais vendidos”, disse. A par disso, as máquinas agrícolas, produtos do campo, a banca, equipamentos tecnológicos, hotelaria e turismo constaram dentre os serviços e bens expostos nesta edição da feira, encerrada ontem, na cidade do Lubango, que atraiu as atenções de centenas de empresários do sector.
“Grande parte delas trouxeram produtos e equipamentos tecnológicos que dão suporte à cadeia do agronegócio, como camiões para transporte do gado e conservação da carne, veículos para transportar os produtos do campo, sementes, vacinas, ração para animais, entre outros,” afirmou.
Durante o evento, foram realizados encontros temáticos que serviram para abordar diversas questões que afligem o agronegócio, com realce para os casos de furto e roubo de gado, uma situação que assola os pecuaristas a nível de todo país. A par deste assunto, foram igualmente tratadas questões ligadas à produção da carne e reprodução de gado.
José de lima massano reitera atenção do executivo à agropecuária
O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, destacou, na última sexta-feira, a atenção que o Executivo tem vindo a prestar ao sector da agropecuária, embora reconheça que ainda carece de muitos investimentos.
De acordo com o governante, fruto desta atenção, foi possível assistir no ano passado uma redução nas taxas de importação de carne na ordem dos mais de 40 por cento.
Garantiu que, com vista a alcançar os menores números na taxa de importação da carne em Angola, existem vários instrumentos que estão ser aplicados de modo que haja uma produção animal que corresponda às necessidades internas de consumo.
“Os números falam por si. Nós, nos últimos anos, particularmente no ano de 2023, tivemos uma redução na importação de carne bovina de cerca de 43 por cento, e este espaço está a ser preenchido pela produção nacional”, afirmou.
José de Lima Massano revelou, por outro lado, que o Governo tem disponíveis mais de 300 milhões de kwanzas para incentivar a produção nacional, dos quais a maior fatia vai para o sector agropecuário, no âmbito do Programa de Segurança Alimentar.
Salientou que há um conjunto de instrumentos que têm estado a ser promulgados de apoio, por via do Fundo Garantia de Crédito e também de garantia soberana. “Para o exercício que temos em curso, disponibilizamos cerca de 330 mil milhões de kwanzas, que estão para servir a produção nacional, mas particularmente a esse exercício de segurança alimentar, onde a pecuária exerce um papel de destaque”, detalhou.
POR:João Katombela, na Huíla