O Chefe de Estado, João Lourenço, considerou, este sábado, em Harare, Zimbábue, que a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) tem constituído um dos símbolos da união e da solidariedade.
Discursando na Reunião da Troika da SADC, João Lourenço disse que ao longo de pouco mais de trinta anos, é imperioso que os Estados membros congratulem-se pelo caminho que SADC percorreu desde os anos1980 até hoje, em que se revelou uma plataforma incontornável de defesa do direito comum à liberdade política, económica e social, alicerçada numa forte solidariedade desenvolvida por força dos imensos desafios que tem se vindo a enfrentar ombro a ombro.
‘A realidade da SADC vai para além da simples instituição, por nos remeter também para a ideia do compromisso colectivo dos líderes que nos antecederam na construção do nosso espaço regional, assente num profundo espírito de concertação para conceber e implementar estratégias que nos permitam atingir o nosso principal objectivo, que é o de edificar uma comunidade de nações irmãs unidas pelo anseio comum pelo desenvolvimento, por uma paz harmoniosa e pela prosperidade”, destacou.
Superação de obstáculos
Para João Lourenço, ao longo da história da organização, a SADC foi superando obstáculos diversos, sempre unida pela ideia compartilhada de que sem uma firme solidariedade entre os Estados, ficaria aquém das perspectivas e das conquistas possíveis em todos os domínios, na base do grande potencial.
“Possuímos uma memória comum rica de acontecimentos marcantes em que sobressaíram sempre os sacrifícios consentidos para atingirmos o patamar em que hoje nos encontramos, cientes de que a nossa margem de progressão quase não tem limites”, apontou, acrescentando ainda que, evoluímos dos países da linha da frente, a nossa fonte fundacional, para a organização consistente que somos hoje, constituída por 16 Estados, que unidos, desenvolvem um papel relevante e pertinente em conjugação entre todas as suas forças vivas para enfrentar em conjunto os desafios, cada vez mais complexos do século XXI, tendo como baluarte a sua juventude, que constitui o seu património mais precioso”.
Investimento no capital humano
De acordo ainda com o Presidente angolano, cientes desta evidência, foi com a preocupação de assegurar uma continuidade e consistência estratégica dentro da organização, que, no ano passado, propôs-se o tema «Capital Humano e Capital Financeiro, os Principais Factores para a Industrialização Sustentável na Região da SADC» “com o objectivo de nos debruçarmos sobre estes eixos interdependentes e essenciais para a edificação de uma industrialização regional que queremos integrada, competitiva e sustentável”.
“Unir estes dois factores requer o nosso esforço permanente focado num investimento massivo e qualitativo na educação e na formação, para dotar os nossos jovens não só de competências profissionais, mas também e sobretudo de ferramentas para poderem lidar com a preocupante polarização num mundo mais conectado e numa fase global de transição que abarca aspectos de ordem económica, ambiental, política e social”, frisou.