Elevado há cerca de 10 anos à categoria de município, Lôvua é, exceptuando alguns municípios criados a nível da capital do país no passado, uma das circunscrições que antes era uma comuna. O seu administrador, António Mussumari, assegura que essa transformação, à luz da Lei 5/15 de 6 de Maio, apenas trouxe benefícios, que podem ser vistos no próprio município e sentido pelos populares a nível das infra-estruturas e serviços. Mais pormenores sobre o município e os seus desafios na conversa que se segue
Tem sob sua responsabilidade 17.417 pessoas – é possível que tenha nascido outra neste momento, isso exige um engenho aturado?
Em princípio, devo dizer que o Lôvua é um dos municípios mais novos do país. Foi criado com base na Lei 5/15, de 6 de Maio, há sensivelmente 9 anos. Conforme disseste há pouco, o Lôvua tem 17.417 habitantes, situa-se a 75 quilómetros do Dundo, faz fronteira com os municípios do Lucapa, do Cuilo e do Chitato, como também com a República Democrática do Congo. Neste preciso momento, nós temos dito que a nossa gestão está virada para as pessoas.
Temos feito o possível para que consigamos dar à população aqui do Lôvua tudo aquilo que ela merece. Neste preciso momento, estamos a trabalhar afincadamente para fazer com que o Lôvua também caminhe – e bem – e se desenvolva como todos os municípios do nosso país. É o que temos feito. Então, conforme a questão, visitaram o que estamos a fazer e também o que estamos a perspectivar para o futuro. Nós, felizmente, no âmbito dos projectos em carteira, no PIIM conseguimos concluir todos os projectos que foram adjudica- dos no ano 2020.
Concluímos todos os projectos. Tivemos oito projectos, sete de âmbito local e um de âmbito central, que é a construção de um complexo autárquico que está a decorrer muito bem. Nos sete projectos, tivemos um de saneamento básico que está concluído e os cinco também. Neste preciso momento, temos também outros projectos em carteira que são do âmbito do Fundo de Petróleo.
Quais são os cinco que dizia inicialmente que estão concluídos?
São casas de tipologia T3, que são casas de funções. Uma está na sede do município, outra no Katulumua, as outras, uma está na regedoria do Chilongo, Karimbula e do Saimbuanda. São regedorias que ficam distantes da sede do município. Então, temos infra-estruturas sociais, como escolas e postos de saúde rurais. Hoje, os colegas que trabalham nestas áreas tem condições de habitabilidade.
Neste preciso momento, no âmbito do Fundo do Petróleo, está em execução um hospital municipal, que tivemos a oportunidade de visitar, com mais de 120 camas, com uma morgue. As obras estão a decorrer, tivemos alguns constrangimentos com os pagamentos. Mas já foi resolvido no âmbito do Ministério das Finanças e, felizmente, dentro de alguns dias, o empreiteiro retoma com a obra. Estava a trabalhar, mas de uma forma leve. Com a alocação financeira que recebeu vai incrementar.
Estamos a falar da requalificação. O hospital não existia já de raiz?
Não é requalificação. O que surgiu é reabilitação e ampliação do Hospital Municipal do Lôvua. É um hospital que foi construído nos anos 60, então estamos a reabilitar e ampliá-lo. Haverá serviços que naquela altura não existiam. Não havia cirurgia, vamos colocar. Não havia ortopedia, vamos colocar. Estamos a colocar serviços que naquela altura não existiam.
Achamos este hospital de extrema importância para a província, o país e não só, porque é um hospital que está situado a 75 quilómetros do Dundo, e também passa pela estrada nacional 225. É uma estrada nacional, a 225, que liga o litoral com o leste do país e também até faz conexão com a estrada 180A, que vai até ao Congo Democrático.
Como vêem, é uma estrada nacional em que passam vários camiões. Esse hospital vai poder também acudir possíveis acidentes que possam ocorrer ao longo deste troço e também as populações vizinhas.
A obra está a levar algum tempo já?
Sim, a obra está a levar algum tempo. Foi adjudicada em 2022, mas, tendo em conta os constrangimentos que o país vive, sabemos como estamos em termos financeiros, mas o governo de Angola está tudo a fazer. O Estado angolano está apostado. Aliás, é de realçar que, felizmente, na gestão do Presidente João Lourenço, o país construiu mais hospitais do que outrora.
Acredito que também vai chegar a vez de inaugurar o nosso hospital, que trará benefícios à nossa população. Há também outra coisa que temos que realçar: esse hospital, para além do seu valor social, também tem um valor emocional. Há muita gente ainda viva, que nasceu naquele hospital, e a sua reabilitação tem sido muito aplaudida pela população do município e não só.
POR: Edno Pinto