Para muitos pacientes que padecem de insuficiência renal, a recente inauguração do Centro de Hemodiálise, alocado ao Hospital Geral do Cunene, vai minimizar os custos de transporte, alojamento e tratamento, que geralmente rondam os 3 mil rands por três sessões de diálise na vizinha República da Namíbia, equivalente a um total de 143 mil e 775,45 kwanzas
Gratidão é o sentimento que invade Elísio Inamuane, ao ver a funcionar o Centro de Hemodiálise do Hospital Geral do Cunene, General Simione Mucune. Aos 40 anos de idade, Elísio foi diagnosticado com insuficiência renal há 4 anos.
De lá para cá, o cidadão, residente no bairro dos Castilhos, arredores da cidade de Ondjiva, vem exercitando um frenético corre-corre em busca de tratamento, sendo certo que, até à semana passada, a capital da província do Cunene não dispunha de um centro especializado no tratamento e acompanhamento da insuficiência renal.
Diante da aflição, a solução foi recorrer à região de Oshakati, na vizinha República da Namíbia,onde, por ser a zona mais próxima, pudesse ter um acompanhamento da patologia crónica.
Entretanto, a proximidade não estava alinhada com os custos das despesas, a julgar pelas avultadas somas relativamente ao transporte, alojamento, alimentação e acompanhamento da doença.
Só com o tratamento, o paciente conta que gastava, por cada sessão de hemodiálise, o valor de mil rands, conhecido também como dólar namibiano. “São muitas despesas, meu irmão. Só quem já passou por isso sabe o que estou a dizer”, frisou.
Todavia, ao todo, um total de três é o número de sessões de diálises que Elísio Inamuane tem de fazer. Entretanto, cada sessão tem um custo de mil rands, o que, em termos práticos, correspondia o equivalente a um valor global de 143 mil e 775,45 kwanzas semanal para o conjunto de três sessões.
Apesar de que a saúde não tenha preço, Elísio Inamuane reconhece o esforço financeiro que tinha de fazer para manter em dia o processo de hemodiálise, que é um tratamento que consistente na remoção de líquidos e substâncias tóxicas do sangue.
“Paralisação no tratamento”
Devido ao elevado custo do tratamento na Namíbia, Elísio Inamuane afirmou que já teve de parar de fazer o procedimento da hemodiálise, o que quase lhe custava a vida. “Por causa mesmo dos valores, fiquei sem fazer hemodiálise.
Apanhei uma crise e fui obrigado a parar no hospital. Só depois é que continuei com o tratamento”, disse.
“Alívio e gratidão”
Com o funcionamento da unidade, Elísio Inamuane, que foi um dos primeiros pacientes a fazer hemodiálise no Centro do Hospital Geral do Cunene, diz sentir-se aliviado e grato pelo facto de poder, agora, ser tratado sem custos e próximo da família. “É um alívio muito grande.
Agora sim, estamos aliviados e gratos. Podemos dizer que sal- varam a vida de muitos de nós”, afirmou.