O Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, apelou ontem ao fim dos protestos contra o elevado custo de vida no país mais populoso de África e ao fim do “derramamento de sangue”
O apelo surge depois de a organização de defesa e promoção dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) ter denunciado a morte de 13 manifestantes, abatidos pelas forças de segurança.
Milhares de pessoas manifestaram-se na quinta e sexta-feira contra a “má governação” e o aumento do custo de vida na Nigéria, que atravessa uma crise económica na sequência das reformas introduzidas por Tinubu, que chegou ao poder em Maio de 2023. A inflação alimentar é superior a 40% e o preço da gasolina triplicou.
“Ouvi-vos claramente. Compreendo a dor e a frustração que estão a motivar estas manifestações”, afirmou o Presidente nigeriano num discurso transmitido pela televisão, na primeira aparição pública desde o início dos protestos na semana passada, segundo noticia o site Notícias ao Minutos.
O chefe de Estado da Nigéria instou os manifestantes a “suspenderem quaisquer outros protestos e a criarem um espaço de diálogo”. “Asseguro-vos que o nosso Governo está empenhado em ouvir e responder às preocupações dos nossos concidadãos. Mas não podemos permitir que a violência e a destruição destruam a nossa nação.
Temos de pôr fim ao derramamento de sangue, à violência e à destruição”, afirmou. Enquanto a Amnistia Internacional refere que pelo menos 13 manifestantes foram mortos pelas forças de segurança, a polícia afirma que morreram sete pessoas e nega qualquer responsabilidade.
“As nossas provas, nesta fase, mostram que, nos casos em que ocorreram mortes, os membros das forças de segurança utilizaram deliberadamente tácticas destinadas a matar quando confrontados com concentrações de pessoas que denunciavam a fome e a pobreza extrema”, escreveu a Amnistia num comunicado publicado na rede social X.
Os organizadores das manifestações, uma coligação informal de grupos da sociedade civil, prometeram continuar as acções nos próximos dias, apesar dos avisos das autoridades.
Cerca de 700 pessoas foram detidas durante os dois primeiros dias do protesto, segundo a polícia, sob a acusação de “assalto à mão armada, fogo posto” e destruição de bens”.