A Caucus, uma reunião dos governos africanos, definiu, como meta, fortalecer o sistema financeiro africano e estender o nível de acesso à energia eléctrica para mais de 300 milhões de africanos, no máximo até 2030
A afirmação é do presidente do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), Armando Manuel, na qualidade de convidado especial da Caucus 2024, ocorrida, recentemente, em Abuja, Nigéria, com o tema ‘‘a Facilitação do Comércio Intra-Africano para Catalisar o Desenvolvimento Sustentável de África’’.
Denominada “Missão 300”, o programa, definido pelos vários líderes africanos, vai permitir uma total electrificação para milhões de africanos que ainda vivem em áreas sem o acesso à energia.
Armando Manuel, que chefiava a delegação angolana na Caucus 2024, abordou com os demais representantes a análise dos impactos da digitalização no desenvolvimento económico dos países africanos.
O líder angolano, durante a sua intervenção, defendeu a digitalização dos negócios, a electrificação e a facilitação do comércio como caminho da cadeia de valores para gerar desenvolvimento de infra-estruturas em África.
Para além da digitalização de África e seu impacto na transformação do desenvolvimento abordado por Armando Manuel, a Caucus tocou na questão do fortalecimento dos ecossistemas de pagamentos pan-africanos para o desenvolvimento integrado, a facilitação do comércio e a integração regional em África.
Abordou ainda o aumento e melhoramento de infra-estruturas, o acesso à energia eléctrica e uma melhor conectividade, criando em África um ambiente propício para o crescimento económico, bem como a reposição do IDA 21, no sentido catalisar mudanças transparentes.
Para a edição da Caucus Africano 2024, destacou-se três caminhos principais para o impulsionamento do comércio intra-africano, nomeadamente a ideia de fortalecer o ecossistema de pagamento pan-africano, o melhoramento do acesso à energia, acessibilidade e conectividade, assim como alavancar parcerias com MDBs, conforme os objectivos da Agenda 2063 da União Africana.
O Caucus 2024 definiu uma posição africana de consenso para as reuniões das instituições do BrettonWoods (Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional), a realizar-se em Outubro próximo, em Washington DC.
A busca de uma posição africana comum para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) em Washington DC em Outubro constituiu, para este ano, a motivação primária da Caucus Africano de Abuja.
Face a crescentes tensões geopolíticas e contínua incerteza macro económica global, a Caucus apelou ao FMI e ao Grupo Banco Mundial para garantir que seu apoio aos países membros continue a ser guiado por princípios de equilíbrio e imparcialidade.
A Caucus é uma reunião dos Governos africanos junto do Grupo Banco Mundial e do FMI, ministros das Finanças, da Economia e governadores dos Banco Centrais dos países africanos.
Desta vez, juntou mais de 200 participantes, entre ministros das finanças, governadores de bancos centrais e representantes do Grupo Banco Mundial e do Fundo Mo- netário Internacional.
A delegação angolana integrou o embaixador de Angola na Nigéria, José Bamóquina Zau, o administrador executivo do BNA, Miguel Bartolomeu Miguel, o director nacional de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento do Ministério do Planeamento, Gil Henriques, e o director nacional do Gabinete de Estudos, Planeamento e Relações Internacionais do Ministério das Finanças, Patrício Neto.