Com três linhas de produção, a indústria de vidro tem capacidade para produzir 180 toneladas/dia, perfazendo um total de 300 milhões de garrafas, com destaque para as de vinho, cerveja, sumo e refrigerante, segundo declarações feitas ao OPAÍS pelo director de produção da Embalvidro, Bruno Guerreiro.
A exportação é feita, principalmente, para países como a Namíbia, África do Sul, Zimbabwe e a República Democrática do Congo (RDC), mas, no total, conta com mais de 754 clientes e abastece cerca de 15 países.
Bruno Guerreiro contou que a nível nacional a empresa produz algum material para a Vidrul, sendo que as garrafas são produzidas em série e tamanhos variados entre 200 ml a 700 ml.
Sublinhou que 90% da matéria-prima é local, como a areia e o calcário, ao passo que o sódio, sulfato de sódio e os corantes são importados.
Com um investimento inicial que rondou cerca de 120 milhões de dólares, a empresa tem como principais clientes o grupo Heineken e a NBL.
Questionado sobre um possível aumento na linha de produção, respondeu positivamente, sublinhando que é necessário fazer mais investimentos em um novo forno que está orçado em cerca de 100 milhões de dólares.
Bruno Guerreiro contou que o facto de a empresa ter como maior foco na exportação, aquisição de divisas para a compra de equipamentos não é uma dificuldade, no entanto, já está a preparar a intervenção do forno que está a ser utilizado, pelo facto de ser submetido a uma temperatura inferior de 1580 graus e os refratários terem desgaste, devendo ser reparados de oito em oito anos.
“Temos de ter stocks suficientes de garrafas para abastecer os nossos clientes na altura em que o forno estiver paralisado. No final do ano, é garantido o contrato com os clientes e é preciso trabalhar para atender a todos os pedidos”, ressaltou.
Segundo o responsável, no presente ano, comparativamente ao ano 2023, os pedidos para o fornecimento de embalagens de vidros aumentaram consideravelmente.
A empresa foi projectada em 2018 e iniciou a produção um ano depois, tendo atingindo o auge no ano de 2021, após enfrentar diversas dificuldades em 2020, tal como aconteceu com outras empresas por causa da Covid-19.
Além da produção, a empresa está preocupada com a reciclagem de forma sustentada, com vista a proporcionar o equilíbrio do ambiente.
De sublinhar que o projecto da Embalvidro é uma iniciativa angolana, de capital próprio de 60%, e tem como visão tornar- se a empresa mais solicitada no que a produção de vidro para recipientes na região da SADC diz respeito.