Retirado da obra do artista Cef Tanzy, um dos mais populares do momento, o título da música ‘Tá falar, tá fazer’ tornou-se, durante alguns anos, uma vinheta política utilizada para demonstrar a concretização de obras e outras acções que vão sendo feitas no país.
Na campanha que levou à eleição do Presidente João Lourenço ao cargo de Presidente da República, em substituição do malogrado Presidente José Eduardo dos Santos, que ficou 39 anos no poder, a mensagem passada por Cef acabou servindo igualmente para se avivar os populares sobre a concretização das promessas que até então só se viam no papel.
Tal como muitas músicas, lemas e slogans adoptados durante anos, em vários sectores políticos, económicos e sociais, alguns acabam no esquecimento, incluindo dos principais defensores de tais correntes ou teorias.
Ainda assim, não obstante os problemas que se atravessam no país, há acções e obras que impelem qualquer um a rebuscar o slogan para associálo num rol de realizações que a esta hora vão ocorrendo no país e que nos lembramos de ter ouvido de políticos a possibilidade da concretização.
Há alguns anos, por exemplo, quando se falou da possibilidade de Angola vir a aumentar a sua produção de derivados do petróleo, como gasolina, gasóleo e outros, houve quem, de forma quase fatalista, se tivesse convencido de que esta promessa fosse cair no esquecimento.
Em tempos, li num livro sobre marketing político e eleitoral, que as promessas fazem parte das campanhas, independentemente de elas virem ou não a ser cumpridas. Porque, para muitos políticos, o importante é que se venda um sonho e do outro lado exista quem consiga comprá-lo.
E depois o resto que se vê, havendo entre os eleitores e não só os que irão digerir e aqueles que se irão mostrar inconformados. O aumento da capacidade da refinaria de Luanda, já em funcionamento, e a construção de uma na província de Cabinda foram duas promessas que foram apresentadas há alguns anos.
E saíram mesmo do papel. Com uma capacidade de para processar 30 mil barris de petróleo bruto/dia, numa primeira fase, a Refinaria de Cabinda será inaugurada no primeiro semestre de 2025, segundo o próprio ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, que efectuou uma visita de constatação nas instalações industriais esta terça-feira.
Consta que o governante terá gostado do que viu pelas terras do Maiombe, onde a obra está a 60 por cento o grau de execução física da empreitada e já se fala no início dos testes. Com este tipo de acções, poucos serão os que podem contrariar o que diz Cef Tanzy. Porque o ideal é mesmo que se ‘Tá falar, Tá Fazer’.