Ligadas aos sectores da tecnologia, automação, mecânica-industrial e automóvel, electrónica e electromedicina, as empresas italianas, na presente edição da FILDA, procuram firmar ou estreitar relações com empresas e instituições angolanas e estrangeiras, com o foco na difusão dos seus produtos e serviços, naquela que é a maior montra de negócios de Angola.
Em entrevista exclusiva ao jornal OPAÍS, o embaixador da Itália em Angola, Cristiano Gallo, disse que a FILDA é uma vitrine certa para dar visibilidade e promover as instituições e empresas italianas no mercado angolano.
O diplomata destacou que as relações entre Angola e a Itália, nos últimos anos, têm-se fortalecido consideravelmente na procura de interesses comuns, através de iniciativas concretas no domínio económico, comercial e político.
“A promoção de actividades que estimulam o intercâmbio empresarial, como a FILDA, é uma oportunidade para Itália manifestar o seu interesse em partilhar a experiência que possui no domínio das pequenas e médias empresas”, disse o diplomata.
Salientou que eventos como este encorajam o intercâmbio e a transferência de conhecimentos e experiências entre empresas angolanas e italianas, sobretudo nos sectores prioritários para o governo angolano, como agricultura e tecnologia, áreas em que o governo italiano tem bastante interesse em investir e ajudar Angola a dinamizar a indústria alimentar.
Para o diplomata, iniciativa como a FILDA constituem uma janela oportuna para que a Itália possa partilhar com Angola e outros países participantes sua experiênia e conhecimento prático no domínio empresarial, apresentando propostas e soluções inovadoras, através das suas empresas participantes.
“Esta feira é uma ferramenta importante para se fazer networking entre empresas, mas também, ao nível institucional, entre Estados ou instituições de governo e reforçar os laços de cooperação e de amizade.
Itália veio demonstrar que é um parceiro importante de Angola e que está disposto a ajudar nesta missão de erradicar a fome”, realçou o embaixador.
Impulsionar o investimento italiano
A participação massiva da Itália na presente edição da FILDA tem como pano de fundo, entre outras motivações, a de impulsionar o investimento privado italiano em Angola, através de empresas privadas e instituições independentes, como adiantou o director da Agência Italiana de Comércio Externo (ICE), em Luanda, Andrea Ferrari.
O responsável daquela instituição, criada para a promover a internacionalização das empresas italianas junto das embaixadas, disse que a participação do seu país, na maior montra de negócio de Angola, demonstra o interesse das empresas italianas pelo mercado angolano, razão pela qual pretendem continuar a estimular o crescimento das relações comerciais entre os dois países.
“Temos interesse no mercado angolano, por isso, pretendemos continuar a estimular o crescimento das relações comerciais, promovendo o fortalecimento de parcerias que visam favorecer as empresas de ambos os países”, disse Andrea Ferrari.
Expandir o mercado
Com o bjectivo de expandir os seus mercados de actuação, as empresas italianas trazem para a FILDA um leque de serviços e produtos que visam reduzir as dificuldades e insuficiências do mercado angolano nos mais variados sectores.
Na feira, a Itália está representada com empresas que vão desde o sector agrícola e industrial à construção civil, materiais hospitalares, mobiliário, Oil e Gas, equipamentos hoteleiros e restauração, que são sectores em que a Itália possui uma grande tradição empresarial e que pretende expandir no mercado angolano.
Entre as referidas empresas destacam-se algumas, como a Ali Group (ligada à produção de equipamento hoteleiro e de restauração), Ghinassi (equipamentos de tractores e veículos industriais), For.Tec (produção de materiais hospitalares), Oscar Boscarol (dispositivos de emergências médicas), Sarp (fabricação de máquinas de produção de massa alimentar), entre outras.
FILDA 2024
Sob lema “Segurança alimentar e parceria internacional: O binómio da diversificação económica”, a 39.ª edição da FILDA decorre no espaço habitual, Zona Económica Especial, em Viana, numa organização conjunta do Ministério da Indústria e Comércio e o grupo Eventos Arena.
Numa área bruta de 140 mil metros quadrados, com uma zona útil a ocupar mais de 44 mil metros quadrados, a feira conta com mais de 1.300 expositores, sendo que 85% são empresas nacionais e 15% internacionais.