Há um quesito que se expõe na vida dos jovens desse tempo, embora pareça mais um entretenimento aos olhos de quem não consente por qualquer uma cegueira voluntária ou desinformação ocasionada, o questionamento emerge e, no brotar e esvair do sol, mesmo com um trético ‘olá’ às cambalhotas que a existência oferece, diz-se: “Onde iremos parar?”.
Diante e antes de tal maka e dúvida, colocam-se as reticências e o silêncio doutras demandas, já que, nesse meio-tempo, fácil e frequentemente apagam-se as carreiras de vida dos que insistem em persistir ainda.
E, muitas vezes, chega-se a pensar que o futuro é uma lógica negativa, quando não se conhece a lógica do presente positivo.
Mas, aos poucos, o mundo vem a notar que a persistência de muitos vem sendo corroída pelo desespero, pela ilusão da realidade, por uma expectativa de vida melhor e que nunca chega.
Nesse tempo, o mélico refrão “deixa a vida me levar” de Zeca Pagodinho é uma locução célebre – não por ser um dito do bom senso – porém, a verdade é que poucos têm o poder de escolha e pouquíssimos ainda têm a escolha do poder. Por isso, aí mesmo, a única e última escolha é viver [bem ou mal].
Os tempos tornam-se cada vez mais desastrosos e, começa-se a sentir a desgraça e as calças debaixo da cintura de quem plantou a ‘esperança’ só pelos discursos.
A fome não se adia, sente-se e é imediata. Talvez, justamente por este sentimento e motivo, qualquer um opta em buscar encher o seu saco sem que se importe com os trâmites pelos quais consegue – seja por meretrícios ou por vias não muito abonatórias – não importa, pois dizem que tudo é feito pela dor da fome e, neste tempo fúnebre, nada é mais importante senão travá-la.
Por consequência, a qualquer instante, julgam-se tais práticas, mas, dificilmente tais praticantes. Mais tarde, o ridículo aparece porque alguns andam a cruzar os braços, enquanto outros zungam vidas por conta do ‘pão’ e tornamnas numa ‘fonte de rendimento’.
E, aqui, insiste-se ainda: De quem é a culpa? Tristemente, não se sabe! Entretanto, ‘manda lixar!’. Ouve-se tal proferimento da boca de uma sociedade que se alimenta dos mêmes que invadem as redes sociais e não pensa com [cons] ciência.
Cessa-se o interesse dum viver ileso e declinam-se a ética e a moral. O currículo já não é o mesmo – enquanto a ‘birra’ for o copo preferido do pobre que frouxa a mente, a ‘corrupção’ será sempre a bola de ouro de quem é jogador caro.
Apesar disso, na eloquência dos dizeres duma geração promissora, percebe-se que, até então, nem tudo se perdeu – talvez a solução seja romper o oportunismo de quem já tem e promover a oportunidade de quem nada tem e luta para ter. Ou então, “…onde iremos parar?” continuará a ser a inquisição dos outros e vindouros tempos.
Por: Alienado de Papel